ATA DA TRIGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 14-5-2007.
Aos quatorze dias do mês de maio do ano de dois mil e sete,
reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Guilherme
Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Maria Celeste,
Maristela Maffei e Newton Braga Rosa. Constatada a
existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho,
Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Elói
Guimarães, Ervino Besson, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris,
Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Luiza, Mario Fraga, Nereu D'Avila,
Neuza Canabarro, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e
Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador
Claudio Sebenelo, os Pedidos de Providência nos 1056, 1057 e
1058/07; pelo Vereador Ervino Besson, o Pedido de Providência nº 1055/07; pelo
Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providência nos 1059,
1060, 1061 e 1062/07; pela Vereadora Margarete Moraes, o Pedido de Informação
nº 076/07 (Processo nº 2761/07); pela Vereadora Maria Luiza, o Projeto de Lei
do Legislativo nº 068/07 (Processo nº 2180/07); pelo Vereador Sebastião Melo, o
Pedido de Providência nº 1054/07. Ainda, foram apregoadas as seguintes Emendas
ao Substitutivo nº 01, aposto ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
012/06 (Processo nº 3168/06): de nº 01, proposta pelo Vereador Ervino Besson e
assinada pelos Vereadores Nereu D’Avila, Líder da Bancada do PDT, e Bernardino
Vendruscolo, Líder da Bancada do PMDB; de nº 02, de autoria do Vereador
Bernardino Vendruscolo, Líder da Bancada do PMDB; de nº 03, de autoria do
Vereador João Carlos Nedel, Líder da Bancada do PP, subscrita pelos Vereadores
Bernardino Vendruscolo e Ervino Besson. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos
3594, 5307 e 8403/07, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Após,
a Senhora Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Jorge
Antônio dos Santos Branco, Presidente do Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia
de Porto Alegre – COMCET –, que discorreu sobre a fundação e as atividades
desenvolvidas pelo Conselho presidido por Sua Senhoria, destacando serem diretrizes
básicas a difusão e o desenvolvimento das potencialidades científicas e
tecnológicas do Município. Nesse sentido, procedeu à entrega, à Senhora
Presidenta, de exemplar da revista comemorativa ao transcurso dos dez anos de
existência do COMCET. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os
Vereadores Adeli Sell, Dr. Goulart, José Ismael Heinen, Newton Braga Rosa,
Claudio Sebenelo, Dr. Raul e Ervino Besson e a Vereadora Clênia Maranhão
manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Ainda, a
Senhora Presidenta registrou as presenças, neste Plenário, da Senhora Mônica
Leal, Secretária Estadual da Cultura, dos Senhores Idenir Cecchim e José
Fortunati, respectivamente Secretário
Municipal da Produção, Indústria e Comércio e
Secretário do Planejamento Municipal, e do Senhor André Imar
Kulczynski, Diretor-Presidente da Companhia de
Processamento de Dados do Município de Porto Alegre – PROCEMPA.
Às quatorze horas e trinta e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e quatro minutos,
constatada a existência de quórum. A seguir, foi iniciado o GRANDE EXPEDIENTE,
tendo a Senhora Presidenta informado que, durante esse período, seria realizada
homenagem ao Estado de Israel. Compuseram a Mesa: a Vereadora Maria Celeste,
Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Henry Chmelnitsky,
Presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul; a Senhora Mônica Leal,
Secretária Estadual da Cultura, representando a Governadora do Estado do Rio
Grande do Sul; o Desembargador João Armando Bezerra Campos, representando a
Presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul; a
Procuradora Sandra Goldman Ruwel, representando a Procuradoria-Geral de Justiça
do Estado do Rio Grande do Sul; o Professor Boris Wainstein, Presidente do
Conselho Geral da Federação Israelita do Rio Grande do Sul. Na oportunidade, a
Senhora Presidenta registrou as presenças, neste Plenário, do Rabino Mendel Liberow;
dos Senhores Max Wachsmann Schanzer, representando o Sherit Hapleitá –
Sobreviventes do Holocausto; Henrique Fetter, Presidente do Centro Israelita
Porto Alegrense; Iehuda Gitelman, Líder Espiritual do Centro Israelita Porto
Alegrense; Ghedale Saitovich, Presidente da Organização Sionista do Rio Grande
do Sul; Wremyr Scliar, representando o Tribunal de Contas do Estado do Rio
Grande do Sul; Fábio Rosenfeld, representando o programa Hora Israelita; Israel
Lapchik e Abraão Winogron, representando o Conselho de Cidadãos Honorários de
Porto Alegre; do Coronel Irani Siqueira e do Senhor Marcelo Cantagallo,
Assessores Parlamentares do Comando Militar do Sul; da Senhora Suzana Starosta,
Presidenta da Women International Zionist Organization - Wizo/RS –; de
representantes da Associação Beneficente Damas de Caridade, da Organização
Beneficente e Cultural B’Nei Brit – Filhos do Convênio –, do Centro Hebraico
Rio-Grandense e da Organização Na’Amat Pioneiras Brasil. Em GRANDE EXPEDIENTE,
o Vereador Dr. Goulart abordou a história do Estado de Israel, lembrando a
criação desse País, em mil novecentos e quarenta e oito, e contribuições do
povo israelense à formação cultural da sociedade contemporânea. Ainda, citando
nomes de descendentes judeus, cujo trabalho em prol do bem estar social os
transformaram em líderes da comunidade gaúcha, prestou homenagem ao ex-Vereador
Isaac Ainhorn, falecido no mês de novembro do ano passado. Em prosseguimento, a
Senhora Presidenta concedeu a palavra ao Senhor Henry Chmelnitsky, que, em nome
do Estado de Israel, agradeceu a homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal
de Porto Alegre. Na ocasião, a Senhora Presidenta registrou as presenças, neste
Plenário, do Professor Guershon Kwasniewski, Líder Religioso da Sociedade
Israelita Brasileira de Cultura e Beneficência; do Professor Rubén Luis
Najmanovich, Líder Espiritual da União Israelita Porto Alegrense, e de alunos e
professores do Colégio Israelita Brasileiro. Às quinze horas, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e quatro
minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, foi iniciado o período de
COMUNICAÇÕES, hoje destinado a homenagear o transcurso do Dia do Assistente
Social, nos termos do Requerimento nº 042/07 (Processo nº 1919/07), de autoria
da Vereadora Maria Luiza. Compuseram a Mesa: a Vereadora Maria Celeste,
Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre; a Senhora Jaqueline Oliveira
Silva, Professora do Curso de Serviço Social da Universidade do Vale do Rio dos
Sinos – UNISINOS –; a Senhora Marlene Sauer Wiechoreki, Presidenta da Fundação
de Proteção Especial do Rio Grande do Sul – FPERGS
–; o Senhor Cláudio Sérgio Vidal Petrucci,
Diretor-Presidente da Fundação de Articulação e Desenvolvimento
de Políticas Públicas para Pessoas Portadoras de Deficiência e de Altas Habilidades
no Rio Grande do Sul – FADERS –; a Senhora Beatriz Duval Leite,
representando a Fundação de Assistência Social e Cidadania – FASC. Em COMUNICAÇÕES,
a Vereadora Maria Luiza saudou o transcurso, amanhã, do Dia do Assistente
Social, lembrando a edição do Decreto nº 994/62, que regulamentou a profissão e
criou os Conselhos Federal e Regionais da categoria. Também, abordou atividades
exercidas pelos Assistentes Sociais, afirmando que o trabalho por ela realizado
objetiva o exercício da cidadania, por meio da luta contra as desigualdades
sociais e pela implantação de políticas públicas de apoio a grupos carentes da
população. A Vereadora Clênia Maranhão asseverou que a presente solenidade
representa a opção deste Legislativo de integrar movimentos que buscam fortalecer
as políticas assistenciais, compreendendo-as como direito básico aos que
enfrentam as conseqüências mais negativas do quadro de desigualdade e exclusão
social apresentado pelo País. Nesse sentido, enfatizou a necessidade, para os
brasileiros, do Plano Nacional de Assistência Social e do Sistema Único de
Assistência Social. Em prosseguimento, a Senhora Presidenta concedeu a palavra
à Senhora Jaqueline Oliveira Silva, que destacou a importância do registro hoje
efetuado pela Câmara Municipal de Porto Alegre, relativamente ao transcurso do
Dia do Assistente Social. Às quinze horas e trinta e três minutos, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e trinta e
cinco minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador João Antonio Dib prestou homenagem póstuma ao ex-Governador Walter
Peracchi Barcellos, declarando que esse político foi um homem caracterizado por
conceitos como dignidade, honradez e firmeza de caráter. Sobre o assunto,
destacou a relevância da divulgação de exemplos de vida positivos, em face da
imagem desfavorável que hoje possui a classe parlamentar, constantemente
envolvida em escândalos de corrupção e falta de ética. Na
ocasião, foi apregoado o Memorando nº 114/07, firmado pela Vereadora Maria
Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua
Excelência informa que o Vereador Aldacir Oliboni se encontra representando
externamente este Legislativo, hoje, na solenidade de conclusão da reforma da
fachada principal do Hospital Parque Belém, na Avenida Oscar Pereira. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos Comassetto, comentando a abolição da
escravatura no Brasil, discursou a respeito da discriminação racial no País e
enfatizou a importância das políticas do Governo Federal pela promoção da
igualdade de raças no País. Nesse contexto, registrou a presença, neste Plenário,
de representantes da Sociedade Floresta Aurora e solidarizou-se com as
reivindicações dessa comunidade contra a desigualdade racial. O Vereador Guilherme
Barbosa contestou dados divulgados pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre
relativamente ao Programa de Orçamento Participativo, alegando que essas
informações não são condizentes com as apresentadas neste Legislativo pelo
Senhor Cristiano Roberto Tatsch, Secretário Municipal da Fazenda. Também,
criticou as políticas públicas do Prefeito José Fogaça, que tratam das questões
habitacionais para famílias carentes da Cidade. O Vereador Claudio Sebenelo
anunciou a construção de uma creche e de uma escola no Bairro Lomba do
Pinheiro, programadas pelo Programa de Orçamento Participativo, afirmando que
existem, em Porto Alegre, comunidades cujas necessidades não foram atendidas
adequadamente pelas administrações anteriores ao Governo José Fogaça. Sobre o assunto,
frisou que o Poder Público tem a obrigação de realizar obras de infra-estrutura
básica nas localidades onde se encontram as parcelas mais carentes da
população. Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 02, de autoria do Vereador
Adeli Sell, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 094/05
(Processo nº 1884/05). Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Nilo Santos abordou a
importância da regularização fundiária no Município, asseverando que moradores
de áreas regularizadas recebem atendimento mais qualificado para suas
necessidades básicas. Ainda, questionou os Projetos de Lei do Legislativo nos
053, 054 e 056/07, que propõem a denominação de logradouros com nomes
provenientes da cultura religiosa afro-brasileira, defendendo um debate
mais amplo com as comunidades envolvidas nessas alterações. O Vereador Dr. Raul
discutiu questões relativas à saúde pública de Porto Alegre, aludindo a
reuniões organizadas neste Legislativo para tratar das condições do Plantão
de Emergência em Saúde Mental do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul e a
participação desta Casa nas ações de fiscalização para combater a dengue. Da
mesma forma, noticiou a realização de encontros relativos ao Fórum de
Planejamento Familiar e à elaboração do Código Municipal do Meio Ambiente. Em GRANDE
EXPEDIENTE, o Vereador Adeli Sell discorreu acerca da discussão que vem sendo
realizada em Porto Alegre em torno da revisão do Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano Ambiental. Em relação ao assunto, propugnou pela
priorização, nesse processo, do estudo de modificações na legislação que
proporcionem, especialmente, a retomada do crescimento econômico da Cidade e o
acesso de moradores da periferia a atividades de lazer, saúde e educação. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão referiu-se às reuniões do
Programa de Orçamento Participativo que vêm ocorrendo em Porto Alegre,
ressaltando a importância das comunidades na decisão das diretrizes a serem
seguidas pelo Governo Municipal. Nesse sentido, classificou o Observatório da
Cidade de Porto Alegre – ObservaPOA –, disponibilizado na internet pela
Prefeitura, como um relevante instrumento de informação acerca das
peculiaridades do Município. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª
Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 043, 056 e 028/07,
este discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Guilherme Barbosa, Carlos
Comassetto, João Carlos Nedel e Ervino Besson, o Projeto de Resolução nº
044/07; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 048,
053, 062 e 060/07, este discutido pelo Vereador Ervino Besson, os Projetos de Resolução
nos 038 e 045/07, este discutido pelos Vereadores Guilherme Barbosa
e Ervino Besson; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 054/07, o
Projeto de Resolução nº 040/07. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Alceu
Brasinha enalteceu os resultados alcançados pelo Governo Municipal no atual
mandato, salientando conquistas obtidas nas áreas habitacional e educacional.
Nesse contexto, elogiou o trabalho do Senhor José Fogaça à frente da Prefeitura
Municipal e ressaltou a qualificação dos integrantes do Governo de Porto
Alegre. Finalizando, registrou sua participação em homenagem realizada ontem,
neste Legislativo, referente ao transcurso do Dia das Mães. Na oportunidade, em
face de manifestação do Vereador Alceu Brasinha, a Senhora Presidenta prestou
esclarecimentos acerca das negociações para retomada das obras de ampliação da
Avenida Baltazar de Oliveira Garcia. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Ervino
Besson saudou o transcurso, ontem, do Dia das Mães. Também, defendeu a redução
da maioridade penal no País, traçando um comparativo entre a forma como esse
assunto é tratado no Brasil e em outros países. Finalizando, aprovou o
desempenho do Senhor José Fogaça à frente do Governo Municipal, aplaudindo a
abertura de novas vagas em creches mantidas pela Prefeitura de Porto Alegre. O
Vereador Adeli Sell formulou questionamentos em relação à Companhia de Processamento
de Dados do Município de Porto Alegre – PROCEMPA –, indagando acerca de evento
realizado por essa empresa e cobrando resposta a Pedidos de Informação
relativos à ocupação de Cargos em Comissão nesse órgão. Também, criticou o desempenho
do Governo Municipal no Programa de Orçamento Participativo e nas áreas de
saúde pública e de fiscalização de trânsito. O Vereador José Ismael Heinen
lamentou o falecimento, hoje, do Senhor Júlio César Rodrigues. Ainda, criticou
o Governo Federal pela destinação dada aos recursos oriundos da cobrança de
tributos e pela criação de novos Cargos em Comissão. Além disso, referindo-se a
inquérito a que vêm sendo submetidos os Controladores de Vôo ligados à
Aeronáutica, comparou as diferenças entre vantagens recebidas por Controladores
de Vôo civis e militares no País. A seguir, por solicitação do Vereador José Ismael
Heinen, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor
Júlio César Rodrigues, falecido hoje. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Claudio Sebenelo leu o editorial “A doença dos hospitais”, publicado na edição
de hoje do jornal Zero Hora. Sobre o tema, discorreu acerca de problemas
constatados nos serviços de saúde pública em Porto Alegre, referindo-se
especialmente às dificuldades enfrentadas pelo Grupo Hospitalar Conceição e
propondo que funções de comando em hospitais públicos sejam ocupadas por
pessoas efetivamente capacitadas para tanto. A seguir, constatada a existência
de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação, foi aprovado Requerimento
de autoria do Vereador Aldacir Oliboni, solicitando o adiamento, por duas
Sessões, da discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 026/06 (Processo nº
4002/06). A seguir, foi aprovado Requerimento verbal, formulado pela Vereadora
Maria Celeste, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria
constante na Ordem do Dia, conforme definido pelo Colégio de Líderes. Em Discussão
Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 009/07, após ser
discutido pelos Vereadores Carlos Todeschini, Sebastião Melo, Sofia Cavedon,
Carlos Comassetto, Clênia Maranhão, Adeli Sell e Elói Guimarães, tendo apresentado
Declaração de Voto os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini,
Guilherme Barbosa e Marcelo Danéris e as Vereadoras Margarete Moraes, Maria
Celeste e Sofia Cavedon. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº
009/07, os Vereadores Aldacir Oliboni, Marcelo Danéris e Alceu Brasinha e a Vereadora
Margarete Moraes cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos
Vereadores Carlos Todeschini, Carlos Comassetto, Clênia Maranhão e Adeli Sell.
Na ocasião, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, nos
termos regimentais. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do
Legislativo nº 094/05, o qual, após ser discutido pelo Vereador Dr. Goulart,
teve sua discussão suspensa, em face da inexistência de quórum. Às dezoito
horas e cinqüenta e cinco minutos, constatada a inexistência de quórum, em
verificação solicitada pelo Vereador Alceu Brasinha, a Senhora Presidenta
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pela Vereadora Maria Celeste e pelo Vereador João Carlos Nedel e secretariados pelos Vereadores Alceu
Brasinha e João Carlos Nedel. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será
assinada por mim e pela Senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): Passamos à
O Sr. Jorge Antônio dos Santos Branco,
representando o Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia de Porto Alegre -
Comcet, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar de
assunto relativo às possibilidades e potencialidades do Conselho, em Porto
Alegre, e entrega da revista comemorativa dos 10 anos do Conselho.
O SR. JORGE ANTÔNIO DOS SANTOS
BRANCO: Inicialmente, eu
gostaria de saudar a Exma Srª Presidenta da Câmara Municipal de Porto
Alegre, Verª Maria Celeste, e os demais Vereadores aqui presentes,
especialmente os Vereadores Newton Braga Rosa, Adeli Sell, João Carlos Nedel e
Carlos Comassetto, por estarem juntos no nosso trabalho constante pela ciência
e tecnologia no nosso Município. Gostaria de saudar o Presidente da Procempa,
André Imar; sem o apoio dessa instituição não seria possível a viabilização da
revista. Saúdo todos os Conselheiros que estão aqui presentes, as senhoras e os
senhores.
O Conselho
Municipal de Ciência e Tecnologia de Porto Alegre – Comcet - foi criado através
de uma Lei Municipal Complementar de 1996, e estabelece, nesses dez anos, um
diálogo permanente com a sociedade local, por intermédio dos seus
representantes, da sociedade e de fóruns, no que tange à Ciência e Tecnologia
no Município de Porto Alegre. Manter-se como um órgão propositivo, construtivo
e fiscalizador dos projetos desenvolvidos pelo Poder Executivo, na área de
Ciência, Tecnologia e Inovação tem sido o principal objetivo deste Conselho,
mas, tendo em vista a relevância que têm a Ciência e a Tecnologia no contexto
atual, vem desenvolvendo um crescente trabalho no desenvolvimento de uma
economia social em nosso Município, estabelecendo um diferencial competitivo e
um reconhecimento nacional e internacional como um pólo de Ciência e
Tecnologia. Fazem-se necessárias ações efetivas na formulação de políticas públicas
de desenvolvimento técnico-científico, a partir de iniciativas governamentais e
em parceria com a iniciativa privada.
Com esse
intuito, o Comcet tem o desafio de promover a geração, difusão e democratização
do conhecimento; propor políticas de incentivo à Biotecnologia, à
Microeletrônica, a Nanotecnologia; apoiar o desenvolvimento de políticas
públicas de saneamento ambiental, de tecnologias sociais e de inclusão digital
- não só de inclusão digital, mas também de inclusão científica; consolidação e
instituição do pólo de saúde; incentivo ao setor de tecnologia da informação,
potencializando o Município a um diferencial econômico e a criação de um fundo
municipal que viabilize ações; e construção de novos cenários para o
desenvolvimento da Ciência e Tecnologia do nosso Município.
E o Comcet,
objetivando um dos seus desafios, que é a difusão da Ciência e da Tecnologia e
das potencialidades do nosso Município, lança nesta Casa, na Câmara Municipal
de Porto Alegre a revista de comemoração dos dez anos de sua trajetória;
trajetória esta que resulta em mais de 200 diretrizes
formuladas em cinco diferentes conferências municipais, que servem para
orientação, para as ações que devem ser implementadas em nosso Município.
Nesta revista, foram compiladas informações
das instituições acadêmicas, parques, incubadoras, laboratórios de pesquisa
técnico-científicos e ações de responsabilidade social aliadas à Ciência e à
Tecnologia, mostrando, assim, o mapa tecnológico do nosso Município, que,
certamente, servirá de material de consulta para os senhores e para outras
pessoas, e de divulgação da vocação de Porto Alegre para o desenvolvimento
econômico, com base na Ciência e Tecnologia.
A dedicação e o empenho dos nossos Conselheiros, entre os quais está a representação desta Casa e do próprio Poder Executivo, nos permitem projetar excelentes resultados para o nosso Município, tendo como base as diretrizes emanadas pelo nosso Conselho, possibilitando, assim, através da Ciência e Tecnologia, um Município socialmente justo, com uma economia sólida e com vistas a gerações futuras.
A revista que todos os senhores estão
recebendo é resultado de um trabalho articulado junto com o Conselho, junto com
o Poder Executivo e junto com todas as entidades que compõem o Conselho, com o
objetivo claro de divulgação das potencialidades do nosso Município. Portanto,
temos a certeza de que poderemos, dentro dos próximos anos, ser um Município de
destaque na área de Ciência e Tecnologia. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Adeli Sell
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ADELI SELL: Verª Maria Celeste; meu caro Jorge, é um prazer receber o Comcet mais
uma vez nesta Casa, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores e na
presença dos Vereadores Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Guilherme Barbosa
e Maria Celeste, evidentemente, a nossa Presidenta.
Nós
gostaríamos de falar da importância desse Conselho para a cidade de Porto
Alegre e dos esforços feitos recentemente pela viagem do Ver. Comassetto e do
Ver. Newton Braga Rosa para trazer a CEBIT para Porto Alegre, assim como do
nosso empenho em apoiar todas as ações dos Centros de Tecnologia, como da PUC,
da UFRGS e outros, não só aqui em Porto Alegre, mas também da Região
Metropolitana, pela conexão que tem com a Capital. Há, inclusive, uma
instituição de ensino que pensa em colocar um Centro Tecnológico aqui em Porto
Alegre. Nós estamos discutindo essa questão também e precisamos sempre ter esse
apoio e essa ligação com o Conselho e com as várias entidades que trabalham na
área de TI e de Ciência e Tecnologia de modo geral. Também queremos dizer que
para nós a questão da Ciência e Tecnologia, da Tecnologia da Informação faz
parte de um tripé de desenvolvimento para o futuro de Porto Alegre, junto com a
saúde modelo que nós temos e com a área de eventos, do turismo de negócios.
Esse tripé é a sustentação do futuro da nossa Capital, e nesse sentido nos
engajamos em todas as ações propostas pelas entidades de TI da Capital, e
queremos que o Comcet nos convoque para todas as ações que vão nesse sentido.
Muito obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada Ver. Adeli.
O Ver. Dr.
Goulart está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. DR. GOULART: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Sr. Jorge Branco, Presidente do Conselho
Municipal de Ciência e Tecnologia de Porto Alegre. É com muita satisfação que
fazemos a saudação pela bancada do PTB. Quero dizer que muito nos inspirou no
caminho da Ciência e da Tecnologia a convivência que tive com o Prof. Tuiskon
Dick na Universidade Federal do Rio Grande do Sul; o grande pesquisador Miguel
Bombin, que agora se encontra no Canadá, meu colega de turma, tivemos uma longa
convivência; e o meu querido Professor Newton Neves da Silva, um grande
pesquisador da Biologia, da Medicina e da Biologia aplicada à Medicina. Quero
dizer que tive muita honra ao ser inspirado pelo Ricardo Orlandi e fazer com
que a nossa Câmara fosse inscrita para participar do Conselho Municipal de
Ciência e Tecnologia. Temos assento agora, o que poderá facilitar essas
possibilidades e potencialidades do Conselho na Cidade de Porto Alegre. Porque,
aqui, através dos diversos pensamentos, diversos matizes do conhecimento,
poderemos dar alguma sustentação para a importância que a Cidade tem que ter,
ainda mais quando vários pontos na PUC, na UFRGS e ali na Lomba do Pinheiro
começam a se desenvolver na grande tecnologia. E também para homenagear e para
mostrar o nosso apreço e nossa admiração por homens que pensam na Ciência e na
Tecnologia, vamos outorgar, este ano, a José Antonio Antonioni, o Titulo de
Cidadão Porto-alegrense. É assim politicamente, já que não estamos pesquisando
no momento, que podemos auxiliar os caminhos da Ciência e da Tecnologia em
Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Quero registrar a presença do Diretor-Presidente da Procempa, Sr. André
Imar; da Secretária de Cultura, Mônica Leal; do Secretário de Indústria e
Comércio, Idenir Cecchim; e também do Secretário de Planejamento, José
Fortunati.
Na medida em
que vão chegando, talvez estejam presentes outras autoridades que eu não estou
visualizando neste momento, mas, por favor, encarreguem a Relações Públicas de
passar para a Mesa.
O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta desta Casa, Sr. José Antônio dos
Santos Branco, Presidente do Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia de
Porto Alegre, cumprimento todos Vereadores e Vereadoras e público que nos
assiste. Quero parabenizar, mais uma vez, esse Conselho, e dizer da
importância. Eu gostaria que outros Conselhos Municipais tivessem essa fleuma
de vir aqui, na nossa Câmara, expor seus pensamentos, suas propostas; quer
dizer, fazerem dessa Tribuna Popular uma coisa mais agressiva no sentido de
progredirmos com a nossa comunidade.
Dizer da
importância do Conselho de Ciência e Tecnologia seria desnecessário, mas é
realmente esse Conselho que poderá fazer com que as diferenças sejam menores,
com que nós possamos atingir mais rapidamente os objetivos com relação àquilo
que nós nos propomos. Portanto, os nossos parabéns. E o Democratas está à
disposição desse Conselho para que possamos, juntos, pensar e idealizar o
melhor para o nosso País.
Muito obrigado
e parabéns.
(Não revisado
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Newton Braga Rosa está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Srª Presidente Maria Celeste, meu caro amigo de longa jornada, Jorge
Branco, hoje aqui presente, mais uma vez, nesta Casa, o que é alvissareiro - já
que nós tínhamos como missão a aproximação da Câmara
de Vereadores com a área de Ciência e Tecnologia. Quase tudo já foi dito, mas
eu gostaria ainda de enfatizar alguns aspectos relevantes. Nós estamos
envolvidos, aqui na Casa, na aprovação do Parque Empresarial Tecnológico, que
nada mais é do que uma releitura do trabalho que havia sido iniciado na gestão
do Adeli Sell, como Secretário da Indústria e Comércio, que era um antigo
Projeto do 4º Distrito. Nós partimos daquela idéia e fizemos os ajustes
necessários para adequá-lo aos novos centros, inclusive com o aprendizado que
nós tivemos com o Tecnopuc, que nos ensinou muito, já que esse foi considerado
o parque tecnológico número um da América Latina.
O Projeto está tramitando, e eu gostaria
muito que, no dia da votação, o setor de Tecnologia se fizesse presente, porque
se trata de uma questão importante. O meu colega Carlos Comassetto foi parceiro
na viagem que nós fizemos em busca de um grande evento, que é trazer a Cebit
para Porto Alegre. E mais uma vez eu digo Porto Alegre tem chance. Eu acredito
que o Comassetto também pense dessa forma e tenho certeza de que você, Jorge,
vai nos ajudar de modo que consigamos chegar a um resultado a contento.
O Ver.Comassetto me lembra de duas
pessoas, da Casa, que são militantes, nos bastidores, o Orlandini e o Leonardo,
cada um assessorando os seus Vereadores, e que nos dão condições para que eu e
o Ver. Comassetto façamos o nosso trabalho com mais eficiência.
Eu gostaria de registrar aqui a presença
do Ricardo Kurtz, que já foi Presidente do Comcet, eu estou olhando a galeria
dos ex-presidentes, o Antonioni, que já foi citado, e agora é anunciado como
futuro cidadão porto-alegrense, e, vejam que a Tecnologia chegou ao ponto de
fazer um cidadão honorário de Porto Alegre. Eu achei que fosse ser o primeiro;
lamento, mas o Antonioni me ganhou.
E gostaria de registrar, obviamente, a
participação que teve, no Comcet, o Rogério Santana. É muito difícil fazer um
Conselho funcionar a contento, eu acho que o Comcet conseguiu isso, sem dúvida;
a presença continuada de boas administrações é que nos trouxe até o dia de
hoje.
A revista está ótima, ela está
participando já em brochuras que são feitas a respeito da Tecnologia em Porto
Alegre. A revista é muito feliz. Ela conseguiu, num único exemplar, fazer uma
síntese dos fatos relevantes, e virou um catálogo da Cidade, naquilo que nós
acreditamos que seja o futuro da nossa Cidade, que é a área de serviços, em
especial a área de alta tecnologia. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): O Ver. Claudio Sebenelo está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Falo também em nome do Ver. Luiz Braz, Líder da
Bancada, e queria dizer ao Dr. Jorge Branco que é uma alegria muito grande. E,
reforçando as palavras do Ver. José Ismael Heinen, raramente, nessa profusão,
nessa inflação de conselhos que estamos tendo em Porto Alegre, nós temos essa
diferenciação, sob todos os pontos de vista, através de uma revista magnífica,
numa Cidade que ainda tem carências muito fortes na área tecnológica, no que
diz respeito a moradias, no mínimo climatizadas, num clima tão diferente e tão
variado como o nosso. Na área da Educação, especialmente na educação infantil,
nós damos o exemplo de como não fazer. Nós tratamos muito mal a nossa criança
na Cidade. A nossa área sempre cheia de dificuldades, especialmente em Ciência
e Tecnologia na área da Saúde, e na Saúde Pública. Nós temos tecnologia de
ponta na área da Saúde, mas nós ainda temos uma assistência disseminada em rede
tão precária, a ponto de ser motivo de tantas reclamações.
Por fim, se sobrar alguma coisinha para a
área do turismo... Nós ainda estamos engatinhando nessa área, como em outras.
Uma Cidade tão linda, com um povo tão maravilhoso e com tantas belezas
naturais. No entanto, o turismo sempre foi uma coisa de burguês. Hoje, passa a
ser uma coisa da sociedade, especialmente esse turismo internacional. Que venha
para cá, que traga pessoas de outros países, uma vez que o turismo aqui tem
sido uma fonte de elogios até dos cariocas, que têm a cidade mais linda do
mundo. Imaginem se nós tivermos um turismo incrementado.
Muito obrigado pela sua presença, um
grande abraço!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): O Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. DR. RAUL: Exma Verª Maria Celeste, Presidenta; Sr.
Jorge Branco, Presidente do Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia; é com
muito prazer que, em nome da Bancada do PMDB, integrada pelos Vereadores
Haroldo de Souza, Sebastião Melo e Bernardino Vendruscolo, saúdo o Conselho,
que, com seus dez anos, é um baluarte da nossa Ciência e Tecnologia. Realmente,
a orientação da Ciência e Tecnologia e o seu desenvolvimento, com certeza,
passam pelo Conselho e pela sua presidência. Queria deixar o apoio irrestrito
da nossa Câmara Municipal, no sentido de que Porto Alegre se desenvolva cada vez mais na área da Ciência e
Tecnologia.
Temos ao nosso
lado o Ver. Newton, grande parceiro da área da Ciência e Tecnologia; agora
temos o Tecnopuc, que dá um exemplo disso; e quantas outras iniciativas. Nós,
que somos da área da Saúde, temos uma deficiência imensa nessa área e
precisamos nos qualificar muito dentro desse processo. Porque a saúde pública
ganhará muito no momento em que for realmente melhor qualificada na área da
informática, na área do entendimento e das parcerias necessárias para que ela
se desenvolva melhor na sua integralidade.
Fica a nossa
saudação e um abraço a todos.
(Não revisado
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Ervino Besson está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento
O SR. ERVINO BESSON: Srª Presidenta e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Eu acho que todos os Vereadores, meu querido Jorge Antônio, que
recebemos o exemplar desta revista - Dez anos -, pudemos dar uma rápida olhada
e pudemos perceber que é de extrema importância. Isso aqui demonstra o que
representa o estudo da Ciência e Tecnologia. Eu acho que se há dinheiro bem
empregado é esse dinheiro, como o que foi aplicado na viagem que o Ver. Newton,
o Ver. Comassetto, o Orlandini, o Leonardo, e a Câmara Municipal - como um todo
–, há pouco, fizeram à Alemanha, fazendo um estudo e trazendo divisas. Isso é
da maior importância. Eu acho que esse intercâmbio de conhecimento de ciência e
tecnologia trará, sem dúvida nenhuma, muito benefício aqui para o nosso Rio
Grande, para nosso País.
Portanto, em
nome da Bancada do PDT, em meu nome, em nome da Verª Neuza, do Ver. Mario
Fraga, do Ver. Nereu D’Avila e do Ver. Marcio Bins Ely queremos parabenizá-los.
E leve o nosso abraço ao Conselho, o nosso carinho e o reconhecimento pelo
extraordinário trabalho. Parabéns e continue com essa luta, pois tenho certeza
de que muitas coisas boas virão para a nossa Porto Alegre e para o nosso Rio
Grande. Um grande abraço.
(Não revisado
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria, em nome
da minha Bancada - em meu nome e em nome do Ver. Professor Garcia - saudar a
presença do Jorge Branco, saudar a presença dos membros do Comcet – Conselho de
Ciência e Tecnologia -, do nosso Município, que visita a nossa Casa na tarde de
hoje, trazendo, inclusive, uma publicação referente aos dez anos do Conselho.
Eu tenho tido
o privilégio, Presidente, de acompanhar os trabalhos do Comcet desde o início
da sua fundação; as primeiras conferências, que ainda eram extremamente
tímidas; o desenvolvimento e a representatividade que o Conselho de Ciência e
Tecnologia tem na nossa Cidade, inclusive, com a participação desta Câmara
Municipal de Porto Alegre nesse Conselho. Quero parabenizar, fundamentalmente,
a condição técnica do trabalho que vocês desenvolvem. A representatividade e o
compromisso de Porto Alegre fazem com que o Comcet seja um dos Conselhos que
defendem os seus argumentos de uma maneira extremamente fundamentada, trazendo
o seu diferencial em relação às análises que são feitas por pessoas ou instituições
que não se baseiam nas informações, nos dados que, inclusive, hoje, estão mais
facilitados no mundo da ciência e da tecnologia.
Queria,
através da sua presença, parabenizar todos os conselheiros, desejar avanços nas
demandas e nas soluções dessas suas questões. E, também, queria saudar o Sr.
Idenir Cecchin, Secretário da SMIC, que acompanha, também; e a presença dos
senhores e das senhoras na tarde de hoje. Muito sucesso! Muito obrigada.
(Não revisado
pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Muito obrigada aos senhores e às senhoras Líderes das suas Bancadas,
que fizeram a sua manifestação em relação ao Conselho Municipal de Ciência e
Tecnologia. Tivemos a presença do Sr. Jorge Branco, Presidente da Instituição,
a quem agradecemos pela participação e pela revista que nos trouxe neste dia.
Muito obrigada.
Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h32min.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste – às 14h34min): Estão reabertos os
trabalhos.
Passamos ao
Teremos a homenagem ao Estado de Israel,
proposto pelo Ver. Dr. Goulart. Convido, imediatamente, para compor a Mesa, o
Sr. Henry Chmelnitsky, Presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul;
a Srª Mônica Leal, Secretária de Cultura do Estado, neste ato representando a
Governadora do Estado; o Desembargador João Armando Bezerra Campos,
representante da Presidência do Tribunal de Justiça do Estado; a Procuradora
Sandra Goldman, representante da Procuradoria Geral de Justiça do Estado; o
Prof. Boris Wainstein, Presidente do Conselho-Geral da Federação Israelita do
Rio Grande do Sul. Gostaria de citar, também, as presenças já nominadas, mas
reiteradas neste Grande Expediente, do Sr. José Fortunati, Secretário do
Planejamento Municipal; do Sr. Idenir Cecchim, Secretário Municipal da
Produção, Indústria e Comércio; do Rabino Mendel Riberow; do Sr. Max Wachsmann
Shanzer, representante do Sherit Hapleitá - Sobreviventes do Holocausto; do Sr.
Henrique Fetter, Presidente do Centro Israelita Porto-Alegrense; do Sr. Iehuda
Gitelman, Líder Espiritual do Centro Israelita Porto-Alegrense; do Sr. Guedale
Saitovich, Presidente da Organização Sionista do Rio Grande do Sul; do Prof.
Wremyr Scliar, representante do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul; do Sr.
Fábio Rosenfeld, representante do programa Hora Israelita; da Srª Susana
Starosta, Presidenta da Organização Sionista Wizo/RS; dos representantes da
Associação Beneficente Damas de Caridade, dos representantes da Organização
Beneficente e Cultural B’Nei Brit - Filhos do Convênio; dos representantes do
Centro Hebraico Rio-Grandense, dos representantes da Organização Na’Amat
Pioneiras; dos Srs. Israel Lapchik e Abraão Winogron, representantes do
Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; do Cel. Irani Siqueira e do
Sr. Marcelo Cantagallo, Assessores Parlamentares do Comando Militar do Sul;
senhoras e senhores, demais autoridades que vamos nominando, passo a palavra,
neste momento, ao Vereador-proponente desta homenagem, Ver. Dr. Goulart.
O SR. DR. GOULART:
Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Senhores e senhoras, aqui estamos para comemorar a Independência do
Estado de Israel - 14 de maio. A “reindependência” desse povo tão antigo, cuja
anotação na História se iniciou há mais de 2.500 anos, época em que os tempos
registram a própria saída do Egito – e desde aí tem sido conhecida a sua
caminhada de dor e de sofrimento, mas não menos de luta e de determinação.
É rica e exemplar a história do povo
hebreu, pois por ela passam todos os arquétipos humanos, só estudados desse
jeito na idealizada e abstrata saga de todas as mitologias. Tudo que aconteceu,
acontece e acontecerá com a humanidade, em algum momento, já foi vivido e
contado pela forte descendência de Abraão.
Em 1947, ano em que eu nasci, a
Assembléia da ONU, dirigida pelo brasileiro e gaúcho Osvaldo Aranha, determinou
o espaço judaico e o espaço palestino. Este último ainda não se concretizou,
mas em 1948 surge o Estado Independente de Israel. Reorganiza-se a etnia logo
após os escombros do holocausto.
Pensava-se que, então, com a pátria
recebendo e juntando milhões de judeus espalhados pelo planeta, a perseguição
estaria acabada. Qual nada! Já no dia 15 de maio de 1948 cinco países atacaram
Israel e, desde lá, não há um dia sequer que não aconteça um assédio a posições
ou pessoas israelitas. E o Estado judeu precisa se defender, defender sua
soberania e, o pior, além da guerra, onde morrem soldados, há o triste e
covarde mecanismo do terrorismo, onde morrem crianças, velhos, mulheres e
doentes. E, para nossa tristeza, como humanos, de ambos os lados.
Bem, senhores, na verdade, formou-se um
Estado que mais parece um jardim no deserto. Um País jovem e moderno, com uma
renda per capita elevada, com um belo salário mínimo, com uma taxa de
exportação bem superior à de importação e que se destaca no cenário universal
como o segundo na produção e uso da tecnologia alta. Israel é uma das mais
extraordinárias experiências do ponto de vista econômico, no conhecimento, no saber - portanto, na ciência e na tecnologia -
do século XX, e agora avança em direção ao século XXI.
Mas os jornais
estampam: “Terror neste mês de julho de 1997”. E, mais recentemente: “Terror
volta a golpear a paz em Israel”; “Bombas explodem esperanças da paz”; “Ataque
suicida matou 15 pessoas e feriu 170.” Por isso, Israel prepara-se para ter um
dos melhores exércitos do mundo, como tem demonstrado nas guerras em que
precisou reagir, quase sempre ao mesmo tempo, contra vários exércitos. Lembrem
bem do resgate de judeus no aeroporto de Entebe.
Fosse
diferente, e toda essa riqueza desenvolvida nesses poucos anos seria
encaminhada para a própria humanidade, onde, em um ambiente de paz plena, em
convívio fraterno e integrado com seus vizinhos, os judeus poderiam construir
universidades, poderiam trocar tecnologias. Haveria universidades em vez de
trincheiras, tecnologia, conhecimento e intercâmbio, e não a arte da hegemonia
bélica.
Sabemos que
esse povo milenar contribuiu com suas inteligências para nossa Terra: George
Papanicolau, que descobriu o preventivo do câncer que salva tantas mulheres;
Albert Einsten; Albert Sabin; Maimônides; Edgar Morin; Sartre; Bernard-Henry
Lévy, recentemente nos visitando nas fronteiras da inteligência; Sigmund Freud
e tantos outros.
Entre nós,
muitos da ciência, da arte, enfim, da cultura. A cultura do Rio Grande deve à
chegada dos judeus, que se integraram perfeitamente à terra e ao povo, desde
Philipson até o Bom Fim. Samuel Burd, Victor Castiel, Ilana Kaplan, os dois
Gilbertos Schwartzman, Zalmir Chwartzmann, Ruy Carlos Ostermann, Mathias
Nagelstein, Jaime Copstein, Mirna Spritzer, Salus Finkelstein, Matilde Gus,
Leonidas Isdra, Ruben Oliven, Carlos Seligman, Moacyr Scliar, Carlos Scliar,
Sérgio Goldztein, Henrique Henkin, Solon Nhuch, Davis Wagner, Abrahão
Finkelstein, Albert - o nosso querido Albert, cujo sobrenome não vou ousar
dizer, para não me enganar -, o professor Bóris, o nosso poeta.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Dr.
Goulart, apesar de todos os percalços, Israel é o exemplo perfeito de dedicação
e determinação de um povo. Há menos de 60 anos, recebeu uma terra árida, uma
região estéril e infestada de doenças, e a transformou num pólo científico
respeitável, num modelo de criatividade na área da alta tecnologia, com uma
agricultura extremamente desenvolvida, contando com universidades que estão
atualmente entre as melhores do mundo e gerando uma quantidade notável de
cientistas vencedores de Prêmios Nobel. Espero que, conseguida a paz no Oriente
Médio, Israel seja maior ainda. Saúde e PAZ!
O SR. DR. GOULART: Muito
obrigado.
O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Dr. Goulart, em nome da minha Bancada, do
Partido dos Trabalhadores, louvo esta iniciativa. Espero que a generosidade do
povo gaúcho, de nós, porto-alegrenses, que abraçamos todos os judeus que aqui
chegaram e todos os povos façam o mesmo e que uma grande irmandade no futuro
festeje a paz no mundo. Obrigado.
O SR. DR. GOULART: Muito
obrigado. Tive a honra de ser - e sempre digo isso - alfabetizado no Colégio
Israelita Brasileiro quando ele ainda era aqui no Bom Fim. Ensinou-me a
Professora Marion; fui colega do escritor David Iasnogrodski, nosso colega da
Câmara; Sérgio Suslik, José Lermann, Henrique Papich, e, como contemporâneo,
tive o nosso querido Armando Burd. A mais inteligente daquela turma era a Lena,
filha do dono da Casa Lenart’s. No Julinho, mais tarde, convivi com Mário
Pokstaruk; na Faculdade de Medicina da UFRGS, fiz formação em Medicina ao lado
de Daniel Oliven, Sílvia Orgler, Ovídio Waldemar, José Zimermann, os
inteligentes, muito inteligentes, Arão Pomeraniec e o meu cardiologista, Beno
Dubin, sem esquecer do Renatinho Slomka e do Flávio Knijnik. Acompanham-me há
mais de 30 anos na sala de cirurgia os anestesistas Nelson Chanin, Rubinho
Volquind e o Jacob Zilberstein.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu caro e estimado
colega Ver. Dr. Goulart, grande médico, grande lutador da nossa comunidade mais
pobre desta Cidade, vamos incluir nesta mais do que justa homenagem que V. Exª
presta ao povo de Israel uma pessoa que tinha tanto amor, tanto carinho por
esse povo, que, cada vez que falava do seu povo de Israel, se emocionava: nosso
querido, in memorian, Isaac Ainhorn. Acho mais do que justa esta
homenagem. (Palmas.)
Senhores, na
verdade, quem deveria estar aqui propondo mais esta Sessão Solene para sua
gente, que é uma Lei desta Câmara, deveria ser o grande Ver. Isaac Ainhorn,
que, em sua luta pela Cidade, não esquecia de denunciar a violência, o
preconceito, o terror e a intransigência.
Ver. Isaac
Ainhorn, é a primeira vez que não vens a esta tribuna para, com teu discurso
encantador, provocares a arte da solidariedade ao Estado de Israel, dando uma
verdadeira aula de fraternidade. A nossa saudade imensa, querido amigo, o meu
comovido abraço aos teus amigos, aos teus familiares - a Landa, a Daniela, a
Juliana, o Marcos, e o não menos querido Salomão Ainhorn.
Senhores,
pareceu um discurso com muito nome. Falei muito nome de gente, mas não foi
muito, não! Foi pouco. Deveríamos, neste dia de comemoração, relatar aqui o
nome de mais de seis milhões de judeus vivos, para que nunca mais tenhamos que
fazer a lista do genocídio.
Longa e
profícua vida ao Estado de Israel, aquele pedaço de terra onde um povo se
cumprimenta com a palavra paz - Shalon!
(Palmas.)
(Não revisado
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Registro a presença do líder espiritual Guershon Kwasniewski, da
Sociedade Israelita Brasileira de Cultura e Beneficência; dos alunos e alunas
da 5ª e 6ª série do Colégio Israelita Brasileiro, acompanhados das professoras
Jaqueline, Catarina e Carmem; da Professora Ilse, Coordenadora da Área Judaica.
O Sr. Henry
Chmelnitsky está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. HENRY CHMELNITSKY: Exma Srª Presidenta da Câmara Municipal de Porto
Alegre, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes
da Mesa e demais presentes.) É com muita satisfação e orgulho que hoje
compareço a esta Casa, na qualidade de Presidente da Federação Israelita do Rio
Grande do Sul e de suas 42 entidades filiadas, para participar da homenagem ao
Estado de Israel, que, em 24 de abril passado, comemorou o 59º Aniversário de
sua Independência, o Iom Haatzmaut.
O povo judeu,
em seus 5.767 anos na história da humanidade, acumula experiências; dentre
elas, a de ter sido vítima do mais traumático episódio da história, o
Holocausto da 2a Guerra Mundial, ocorrido há apenas 62 anos. O
não-conformismo com ideologias racistas, antidemocráticas e regimes
totalitários acompanha o povo judeu durante toda a sua história. Em todos os
países nos quais viveram os judeus, sempre estiveram na linha de frente da
batalha pelos direitos humanos, envolvendo-se na luta pela democracia,
liberdade, justiça, tolerância, dignidade e santificação da vida. A experiência
da perseguição e da opressão não traz ao povo judeu nenhum privilégio, mas sim
responsabilidade. Quanto maior o ódio, o racismo, a opressão, tanto maior a
responsabilidade em lutar para que a história seja lembrada, servindo de lição
para as futuras gerações. A persistência do povo judeu, que, mesmo disperso
pelo mundo e sem pátria, conservou-se unido, enquanto grandes impérios foram
desaparecendo, é um dos fenômenos mais surpreendentes da história da humanidade
e motivo de orgulho para todos nós. Nas palavras de David Ben-Gurion, o povo
judeu, apesar de ter sido forçado ao exílio de sua terra natal, sempre lhe
permaneceu fiel e nunca deixou de orar por ela, na esperança de regressar e
restabelecer a sua autodeterminação. Na Declaração de Dependência do Estado de
Israel, Ben-Gurion destacou o compromisso do novo Estado no patrocínio do
desenvolvimento do País para o benefício de todos os seus
habitantes, baseado nos princípios da liberdade, justiça e paz, conforme
pregavam os profetas de Israel, garantindo a liberdade de religião, língua,
educação, cultura e respeitando os lugares sagrados de todas as religiões. Fez
um apelo às Nações Unidas para assistir ao povo judeu na construção do Estado
de Israel e aos seus habitantes árabes, para manter a paz e se integrarem nesse
processo, em base de igual e de completa cidadania. Ao mesmo tempo, Ben-Gurion
estendeu a mão a todos os Estados vizinhos e seus povos, numa oferta de paz e
boa vizinhança, em um esforço comum para o desenvolvimento e progresso de todo
o Oriente Médio. O Estado de Israel, portanto, foi construído com base nessa
história e principalmente em ideais claros de justiça social, democracia,
liberdade, tolerância e paz! A chegada dos primeiros imigrantes a uma terra
desconhecida e obscura fez com que eles aprendessem a lidar com adversidades: O
povo judeu, conhecido como “o povo do livro”, heroicamente conseguiu desbravar
uma terra árida, pantanosa, lutando e defendendo cada centímetro da terra de
Israel, com muita garra e coragem, sem nunca perder a esperança. Os imigrantes
moravam em barracas e a comida era racionada. A sociedade tinha que absorver e
administrar os judeus oriundos de culturas tão diferentes. Hoje, Israel exporta
em hi-tech, em alta tecnologia, 18
bilhões de dólares. Tem inflação mínima e cresce na base de 8% ao ano. A vida
cultural artística é notável. As rodovias são modernas, e foram criados grandes
centros de lazer. Cinqüenta e nove anos de trabalho constante, diário,
construíram este Estado. Precisamos e devemos lembrar que são 59 anos marcados
por guerras, atentados terroristas, muitas perdas de crianças, jovens,
adolescentes e adultos. A dor, forte e profunda, única em sua natureza,
influencia na construção de uma sociedade que olha o futuro através do
presente. Chora seus mortos e seus feridos, mas levanta a cabeça e encara o
minuto seguinte com honra e dignidade únicas, pois sabe que este é seu Estado.
Após 59 anos de lutas e de guerras, o jovem Estado de Israel é o único na
história que tem que lutar diariamente pelo seu direito de sobrevivência. Mas
isso não o impede de continuar crescendo e contribuindo para o progresso da
ciência, da tecnologia, da filosofia e da educação. Em nenhum momento perdemos
nossa dignidade, e cada vez mais se fortalece a soberana democracia reinante no
seio dessa Nação.
Nossa comunidade, impregnada do espírito judaico, sionista,
idealista e altamente construtivo, orgulha-se do Estado de Israel, da mesma
forma que nos orgulhamos de nossa valiosa herança judaica, que vê na educação
não somente uma mera contemplação abstrata da verdade, mas, sim, a transmissão
dos valores judaicos, apresentando à próxima geração a aliança que
herdaram dos seus pais e dos pais de seus pais, através de uma corrente que
remonta ao Sinai, e possibilitando que nossos filhos e netos possam seguir
fazendo aquilo que é justo e certo. Nossa comunidade acredita profundamente
nessa visão e trabalha voltada a atingir esses objetivos.
Estamos aqui nesta Casa, que abrigou o
eterno Ver. Isaac Ainhorn, símbolo de nossa comunidade e de nossa Cidade, Casa
que representa a pluralidade de nossa sociedade, que trabalha incessantemente
na busca de uma Porto Alegre mais humana, justa e acolhedora, à qual nos
sentimos muito orgulhosos de pertencer. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Gostaria de citar ainda a presença do líder espiritual Rubén Luis
Najmanovich, da União Israelita Porto-Alegrense. Muito bem-vindo a nossa Casa,
bem-vindos todos e todas para esta bela lembrança do Ver. Dr. Goulart, no
Grande Expediente de hoje, em homenagem ao Estado de Israel. Agradecemos pela
presença de todos os senhores e senhoras e damos por encerrada esta homenagem
no dia de hoje.
Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste – às 15h04min): Estão reabertos os trabalhos.
Consultando o Ver. Adeli Sell, que é o
próximo inscrito no Grande Expediente, ele concorda que passemos imediatamente
ao período de Comunicações, em que temos uma homenagem, proposta pela Verª
Maria Luiza, pelo Dia do Assistente Social no nosso Município; depois,
retomaremos o Grande Expediente e as demais Comunicações. Muito obrigada, Ver.
Adeli Sell, pela sua compreensão.
Passamos às
Hoje, este período é destinado a
homenagear o Dia do Assistente Social, proposto pela Verª Maria Luiza.
Convidamos para compor a Mesa a Srª Jaqueline Oliveira Silva, Professora do
Curso de Serviço Social da Unisinos; Srª Marlene Sauer Wiechoreki, Presidenta
da Fundação de Proteção Especial do Rio Grande do Sul; Sr. Cláudio Petrucci,
Diretor-Presidente da FADERS; Beatriz Duval Leite, representante da FASC.
A Verª Maria Luiza, proponente desta
homenagem, está com a palavra.
A SRA. MARIA LUIZA: Srª
Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Não poderíamos deixar passar em branco esta data que se aproxima,
porque, na verdade, o dia do Assistente Social é o dia 15 de maio, mas nós
gostaríamos de registrar aqui, nesta Casa, este momento tão especial.
Inicialmente, quero agradecer a Deus
pelas várias oportunidades que tenho recebido e dizer a todos que somos o fruto
do nosso trabalho e somos, também, o fruto do nosso comprometimento. Fico muito
feliz de hoje fazer parte desta Casa e agradeço, de coração, pela atenção dos
funcionários e de todos os meus Pares.
Quero, no dia de hoje, homenagear os
profissionais Assistentes Sociais. Trabalhamos, no nosso dia-a-dia, com a
política de assistência social, que é uma política transformada em Lei Federal
e prevê o auxilio à família, à maternidade, às crianças, aos adolescentes, aos
desempregados, aos portadores de necessidades especiais, aos trabalhadores da
cidade, aos trabalhadores rurais. A política da assistência social é custeada
com o dinheiro do contribuinte e administrada pelos órgãos governamentais nas
esferas municipais, estaduais e federais. Eu acredito que a maior emancipação
que tivemos, como política pública foi a aprovação da LOAS - Lei Orgânica de
Assistência Social - a partir da Constituição Federal de 1988. Esse momento
histórico foi desencadeado por intermédio da mobilização dos movimentos sociais
e da participação de vários profissionais interessados em garantir essa
política.
A
LOAS prevê, entre outros pontos, a participação direta da população na
formulação das políticas de assistência social, por meio dos conselhos, grupos
de representantes da população, entidades assistenciais e do próprio Governo
atuando conjuntamente.
O espaço de construção, participação e
fiscalização ocorre nos conselhos, no nível municipal, estadual e nacional. É
nessas instâncias que os cidadãos devem participar, aprovando ou não os
programas em execução dos serviços de assistência, evitando, assim, o mau uso
do dinheiro público e garantindo que todos tenham acesso aos benefícios.
A fiscalização e opinião passam pela
participação dos cidadãos, e, nesse contexto, estamos diretamente inseridos,
não conscientizando, porque as pessoas se conscientizam por si só, mas
apontando os caminhos de buscas de direitos e de participação.
O assistente social está inserido nesse
movimento dialético, que é a sociedade com os seus antagonismos e com os
reflexos produzidos pelo capital que acaba, constantemente, reproduzindo a
desigualdade social.
Logo, dentro desse contexto
contraditório, estamos diante de uma grande perspectiva da diversidade, como
autoridade, uma vez que seu exercício não poderá ser entendido sem o
reconhecimento das diferenças, das singularidades, das especificidades das
pessoas, dos grupos e dos movimentos sociais.
Reafirmo nos Partidos políticos como
sendo um dos espaços que mais privilegia as práticas voltadas às
transformações, e o repensar da cidadania, no final do século, como uma
condição fundamental para o desenvolvimento, bem como para a construção de
novas relações entre o Poder Público e a sociedade.
Pensando o processo de desenvolvimento no
Brasil, não podemos excluir o resgate das desigualdades sociais, que deve
passar por uma inevitável reforma dos sistemas político, eleitoral, partidário,
bem como do próprio Estado.
O Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Luiza, em nome da
Bancada do PDT, nós queremos parabenizar V. Exª por essa brilhante iniciativa.
Eu acho que homenagear os assistentes sociais é uma iniciativa extremamente
louvável, pois se trata de uma categoria que presta esse relevante trabalho
para a nossa população.
Quando uma pessoa necessita de uma
palavra, de um conforto, de um aconselhamento, quem é que está aí? São os assistentes
sociais.
Portanto, fica aqui o nosso
reconhecimento, o nosso abraço.
E, mais uma vez, parabéns a V. Exª pela
brilhante iniciativa.
A
SRA. MARIA LUIZA: Obrigada.
O
Sr. Guilherme Barbosa: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador) Verª Maria Luiza, agradeço por conceder-me um aparte. Cumprimento as
autoridades da Mesa, e, em nome da nossa Bancada, cumprimentamos V. Exª pela
distinção, pela lembrança, com relação a essa categoria importante que tem um
trabalho duro, que trabalha com as pessoas excluídas tentando, exatamente,
resgatá-las.
Parabéns a todos os representantes da
categoria.
A
SRA. MARIA LUIZA: Muito obrigada.
Nesse sentido, é fundamental a
consolidação das Reformas Tributária e Fiscal, pois possibilitarão a democracia
e seu exercício cotidiano como eixo viabilizador de uma estratégia
transformadora.
Na atuação do profissional, temos de
estar atentos à concepção de homem e de mundo, temos de interpretar, a todo o
tempo, o espaço real. Interpretar o real, dentro da totalidade, exige a
compreensão do todo e a compreensão das partes.
A nossa atuação exige mediação, conquista
de alianças, estratégias, pois o assistente social tem um papel, sim, de
educador social, e também de educador político.
Se o processo político pedagógico de elevação
cultural das massas ocorre pela relação participante entre educador e educando,
deve esse profissional colocar, sim, seu instrumental e todo o seu conhecimento
à disposição desse processo.
O profissional assistente social deve ter
bem presente, no seu cotidiano de trabalho, os seguintes desafios: recuperar
espaço político como forma de se perceber, por intermédio de um outro olhar, a
própria dimensão política da nossa profissão; conciliar a questão técnica com a
questão política; participação na construção das novas missões institucionais;
superação do nível teórico-operativo da nossa profissão; reinterpretar a
identidade da prática profissional em cada contexto histórico; redescobrir as
dimensões da profissão, os papéis de educador social e de educador político;
referendar os espaços de manifestação utilizados assim como potencializar
outros, não esquecendo jamais da gestão na área social.
O
Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador): Verª Maria Luiza, a gente imaginaria, num país com pleno
desenvolvimento e bem-estar social, como trabalhariam as nossas assistentes
sociais. Aquela idéia antiga, ou quase clientelista, da postura da assistente
social mudou tanto, e nós queremos que um dia essa nossa assistente social, que
trabalha nas piores condições possíveis, em qualquer situação de poder, que ela
trabalhe, um dia, numa sociedade voltada para o desenvolvimento, mas
especialmente para o pleno emprego, numa cidade, hoje, como Porto Alegre, onde
temos 250 mil pessoas desempregadas. Com pleno emprego ficaria muito mais fácil
fazer planejamento familiar, ficaria muito mais fácil assistir às crianças na
Educação Infantil, mas especialmente numa sociedade inclusive que está
caminhando para a sua faceta mais gerontológica possível, agora, faz com que
nós tenhamos, na assistente social, essa crença fantástica num futuro bem
melhor para o nosso País. Meus parabéns.
A SRA. MARIA LUIZA: Muito
obrigada.
A nossa maior contribuição é a realização
de práticas que oportunizem o exercício da democracia, enfim, o exercício da
cidadania como uma valoração às organizações não-governamentais que prestam um
inestimável trabalho social - via de regra, sempre orientadas por um técnico
social -; logo, o assistente social tem hoje uma participação fundamental nos
anseios de todas as comunidades.
Assim, homenagear os profissionais
assistentes sociais nesta data comemorativa, o 15 de maio, me deixa muito
sensibilizada, orgulhosa, e, acima de tudo, gratificada a Deus por ter-me
permitido colar grau como Assistente Social.
Mesmo estando hoje na condição de
Vereadora desta Capital, por nenhum momento deixo de pensar na profissão que
escolhi como ideal de vida. Sendo cristã, acredito que Deus, em nenhum momento,
deixa de nos dar força e ânimo para encarar as angústias do nosso povo tão
sofrido.
Aproveito a oportunidade para agradecer
pela atenção de todos os nossos telespectadores, e dizer que ser assistente
social é, sim, um grande desafio, um desafio que faz parte do nosso dia-a-dia,
pois lidamos com políticas públicas que são essenciais, indispensáveis, e a
política pública da assistência social faz um corte com todas as demais
políticas, quer seja da Saúde, quer seja da Educação, enfim, temos um papel
importante na sociedade, e não poderíamos deixar passar em branco esta data tão significativa. Muito
obrigada a todos.
(Não revisado
pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicações.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, queria, neste
momento, saudar todas as minhas colegas assistentes sociais e as autoridades
que aqui estão presentes, nesta homenagem. Quero dizer da satisfação de poder
compartilhar este significativo momento da nossa Câmara, na tarde de hoje,
porque considero que a decisão do Parlamento, por proposição da Verª Maria
Luiza, assistente social, em homenagear os profissionais do serviço social pelo
seu dia, coloca-nos, como Parlamento, solidários, solidárias, com aqueles e
aquelas que buscam o fortalecimento da política de assistência social em nosso
País, compreendendo-a como um direito universal para aqueles que dela
necessitam. Foi-se o tempo em que a política de assistência social era vista
como algo residual exercido, em momentos especiais, por alguns segmentos
privilegiados. Hoje, a compreensão da política da assistência é de um direito
universal para aqueles que dela necessitam.
Portanto, Verª
Maria Luiza, nesta oportunidade que V. Exª nos permite refletir sobre isto,
colocamo-nos ao lado daqueles que, no seu cotidiano, contribuem para a
construção de uma sociedade com mais igualdade e justiça.
Este momento
nos dá uma demonstração do engajamento desta Casa para que saiam do papel, para
que saiam da formalidade, os direitos que, juntos, construímos na última
Constituição brasileira e na elaboração da LOAS - Lei Orgânica da Assistência
Social. Eu queria destacar que esta homenagem ocorre em um momento extremamente
significativo para aqueles e aquelas que são engajados pela construção de uma política
de assistência social brasileira, porque, exatamente neste momento, se busca a
materialização da política de Assistência Social através do Plano Nacional de
Assistência Social e do Sistema Único de Assistência Social - SUAS.
E se a
capacitação é um dos elementos fundamentais onde se assenta a construção do
SUAS, quando nós sabemos que a capacitação de todos os gestores do SUAS é
fundamental para o seu exercício e o seu êxito, eu queria compreender este
momento também como parte deste aprendizado, porque nós, os parlamentares,
somos formuladores de políticas públicas e, portanto, temos uma parte da
responsabilidade na formulação dessa política mesmo que ela seja uma política
que se origina de uma legislação federal, porém se aplicará em nível das Unidades
Federadas e dos Municípios, motivo pelo qual somos mais uma vez parte e
co-responsáveis dessa política.
Nós sabemos
que o SUAS, o Sistema Único de Assistência Social, é na verdade o
reconhecimento político da política de Assistência Social e é exatamente o
momento de expressão da maturidade dessa política, porque ela permitirá o
fortalecimento das redes que trabalharão para o fim da invisibilidade, da
miséria, da exclusão e do abandono. Todos os parlamentares se alimentam das
vivências do cotidiano, do contato direto e imediato com a suas populações, mas
nós também nos enriquecemos e aprendemos nas vivências com aquelas e aqueles
que se encharcam na luta das populações, principalmente aquelas que vivem um
processo de exclusão no nosso País. Então, reverenciando o Dia do Assistente
Social, queria resgatar aqui o papel extremamente significativo dessa categoria
na missão mais importante da sociedade brasileira, de um País tão rico como o
Brasil que é o fim da sua desigualdade. Parabéns pelo nosso dia! (Palmas.)
(Não revisado
pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Vereadora.
A Srª
Jaqueline Oliveira Silva, Professora do Curso de Serviço Social da Unisinos,
está com a palavra.
Então, eu gostaria de trazer, também,
para este momento, como participante de praticamente da geração de assistentes
sociais - eu sou docente na categoria há quase 25 anos, sou uma senhora a se
aposentar muito em breve -, que a categoria dos profissionais de Assistente
Social no Rio Grande do Sul foi, e permanece sendo, em nível nacional, uma das
mais mobilizadas, mais avançadas e mais propositivas, sendo motivo de orgulho
para esta Casa e para este Estado, ter aqui no Rio Grande do Sul, no Sul do
País, um grupo de profissionais com tamanha qualificação e capacidade
mobilizatória. Daqui deste Estado, daqui desta Cidade, saíram dirigentes de
Conselhos Federais de Serviço Social, de Associações Brasileiras de Serviço
Social, e aqui também se encontram importantes intelectuais da categoria
profissional, assim como pessoas cuja trajetória político-partidária também nos
orgulha na categoria, e aqui me dou ao dever de citar a Verª Clênia Maranhão,
uma histórica combatente da categoria, desde os tempos em que fazer política
era caso de polícia, porque tínhamos que correr todas por esta Cidade afora,
assim como a Verª Maria Luiza, vinda já da geração da democracia.
Eu
gostaria de encerrar esta minha fala, convidando os Vereadores desta Casa a se
somarem à categoria profissional, aos cidadãos de Porto Alegre, do Brasil, na
construção do Sistema Único de Assistência Social, porque esta é hoje a forma
de fazer com que a sociedade finalmente consiga ver a pobreza não como questão
de caridade, mas, sim, como uma necessidade que está posta, gritante, na porta
de todos nós e para a qual o Estado precisa dar respostas. O Estado precisa dar
respostas, a exemplo do que buscou no Sistema Único de Saúde, do qual também os
Assistentes Sociais foram protagonistas, para as necessidades vindas da
Assistência Social, não na forma de assistencialismo, não na forma de
clientelismo, mas entendendo que todos têm direito ao suprimento de suas
necessidades e à defesa da vida como valor inalienável, e da garantia da
Assistência Social em países onde há extrema desigualdade, como o nosso, é uma
peça importante para que esse direito à vida seja garantido. Lamentavelmente,
um País como o nosso, e mesmo uma Cidade como a nossa, prenhes de recursos e
desenvolvimento, necessitam que tenhamos uma política de assistência com
caráter ainda residual, que ainda tenhamos que falar em rancho, que ainda
tenhamos que falar em complementação de renda. Quiçá um dia possamos ter neste
País uma política de assistência em outro nível, que lide com outros níveis de
necessidade, não aquelas necessidades que são violadoras da dignidade cotidiana
a qual cada um de nós tem direito.
Eu
gostaria de agradecer por esta oportunidade e dizer que estarei junto com
vocês, como cidadã de Porto Alegre, compartilhando a construção da política de
assistência e lutando, nesses tempos que virão, pela construção de uma vida
digna e por justiça social para todos nós. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): Concluímos a homenagem ao Dia do
Assistente Social. Agradecemos pela presença de todos os senhores e as senhoras.
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h33min.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 15h35min): Estão reabertos os trabalhos.
O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, nos últimos tempos o Brasil está estarrecido com o que ocorre com
os seus políticos, que se destacam pelas coisas malfeitas. É o “sanguessuga”, é
o “mensalão”, é aquele que troca de Partido para conseguir um cargo, aquele que
faz a sua filha trocar de Partido para conseguir um cargo e aqueles que vendem
as suas idéias e as suas convicções em troca de cargo. Quero hoje fazer uma
homenagem a um político com pê maiúsculo, porque, se vivo fosse, hoje, o
Coronel Walter Peracchi Barcelos completaria cem anos de idade. Quero falar num
político que, antes de conjugar o verbo ter, conjugou o verbo ser; antes de
conjugar o verbo servir-se, ele conjugou o verbo servir. É a lembrança desse
ilustre rio-grandense que almejo reverenciar, querendo deixar registrado nos
Anais desta Casa do Povo de Porto Alegre mais do que a obra
político-administrativa legada aos porto-alegrenses, aos gaúchos, mas ressaltar
a dignidade, a honradez e a firmeza de caráter desse porto-alegrense que deu
sua contribuição à história recente deste Estado.
É um exemplo
marcante para a nova geração por sua vida pública, ele que foi político com pê
maiúsculo, conforme eu já disse.
Já no fim do
seu Governo, seus amigos fizeram um rateio e combinaram que, quando ele
deixasse o Governo, fariam a entrega de um apartamento mobiliado,
pois o homenageado não possuía casa própria e não podia adquiri-la.
Quero relatar alguns tópicos de um
pronunciamento do Deputado José Westphalen Corrêa, em carta enviada por
Peracchi ao seu grande amigo Jayme Waimberg, em que ele diz o seguinte: “Meu
caro Jayme amigo, aos poucos fui-me dando conta do quanto representou para ti,
em decepção, dada a sinceridade do teu propósito e dos que contigo constituíram
a comissão promotora e coordenadora da homenagem que me prestaram bons amigos,
ofertando-me um magnífico apartamento mobiliado à Rua Dario Pederneiras, no
edifício Panorama, não ter eu incluído tão valioso bem em meu patrimônio material.
Homem inteligente que és, hás de compreender, entretanto, que tudo fiz para
reconhecer e valorizar o gesto eloqüentemente humano da comissão e de quantos,
atendendo a seu pregão, somaram suas contribuições para permitir a efetivação
daquele propósito. Se não desfrutamos hoje do conforto que aquele bem nos
ofereceria, a mim e à minha velha companheira de lutas e de sacrifícios,
experimentamos, em compensação, a alegria de haverem permitido que
praticássemos um ato de alta benemerência, ajudando instituições que precisavam
e que precisam de nossa colaboração, tão graves são os problemas financeiros
com que se debatem para cumprir sua altruísticas finalidades assistenciais.
A força dos homens públicos - continua -,
que a fortuna material não bafeja, está, sobretudo, na força moral e na
coerência corajosa de suas atitudes, quaisquer que sejam os sacrifícios e as
renúncias a oferecer, não obstante, muitas vezes, ainda procurem pôr em dúvida
a legitimidade dessa conduta. Essa, prezado amigo, é a nossa missão, é o que
nos faz o homem que somos, aquele que já foi tudo o quanto um cidadão, um
político sincero, sobretudo, pode aspirar na vida: ser, afinal, aquilo que nos
trouxe tantas dedicações e tão expressivas e que, sem dúvida, respondem pelo
nosso sucesso na vida pública”.
Ao ato de benemerência, referia-se Walter
Peracchi Barcellos à não-aceitação do apartamento que lhes deram e a sua doação
à Santa Casa de Misericórdia.
Cilon Rosa, que foi Interventor do
Estado, e outros amigos assinam a missiva, que traz, dentre outros, os
seguintes parágrafos (Lê.): “Sr. Governador, a pobreza não deve envergonhar
ninguém, muito menos o homem público. É verdade que, após muitos anos de vida
pública, na qual ocupou cargos de alta importância, V. Exª vai deixar o Governo
do Estado sem dispor sequer de um teto próprio para abrigar sua família. Mas
sua pobreza, Sr. Governador, transforma-se no mais belo patrimônio que lhe é
permitido recolher nesta hora: o atestado inequívoco de que V. Exª, ao longo da
sua existência, se preocupou sempre em servir e não em servir-se da vida
pública. A sua pobreza não é mácula, Sr. Governador, pois está apenas a atestar
de público aquilo que o Rio Grande sempre soube, que V. Exª é um homem
desprendido e honrado”.
Peracchi trabalhou desde os 7 anos na
busca de ajudar a crescer a sua família. E, como não há mais tempo, vou ler
apenas mais uma frase para falar
dessa figura extraordinária, que deve ser exemplo para todos os políticos
brasileiros, gaúchos e especialmente para nós, os porto-alegrenses - já que ele
era um porto-alegrense (Lê.): “Entre suas realizações, gostaria de destacar a
atribuição do policiamento ostensivo à Brigada Militar, tirando-a de dentro dos
quartéis para policiar as ruas, época em que o Rio Grande foi considerado um
dos Estados mais bem policiados do País, oferecendo segurança e tranqüilidade
aos cidadãos. Hoje, merecidamente, a principal avenida do bairro Restinga leva
seu nome”.
Ele teve
secretários extraordinários, tão bons políticos quanto ele, mas quero dizer que
nós, políticos, devemos nos espelhar nessa figura extraordinária de homem
público, que soube conjugar o verbo ser e não conjugar o verbo ter; soube
conjugar o verbo servir e não o verbo servir-se. Saúde e PAZ!
(Não revisado
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Apregôo o Memorando de nº 114, que traz a informação de que o Ver.
Aldacir Oliboni estará representando esta Câmara Municipal na solenidade que
marcará a conclusão da fachada principal do Hospital Parque Belém, a
realizar-se nesta data.
Retornamos ao
período de Comunicações.
O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra em Comunicações.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; caros colegas
Vereadores e Vereadoras, senhores e senhoras, quero, hoje, neste período de
Comunicações, fazer uma reflexão sobre o dia 13 de maio e a sua referência na
sociedade brasileira.
O dia 13 de maio é tido, ensinado e
aprendido nos livros escolares como o Dia da Libertação da Escravatura ou da
famosa Lei Áurea. Aprendi dessa forma, mas, hoje, entendo que o 13 de maio é o
Dia Nacional de Luta contra as Discriminações Raciais. Falo isso e cumprimento
a Maria Oscarina, que é do Clube das Baianas Independentes; o Babalorixá
Luciano de Oxalá; o Babalorixá Paulinho de Oxum e o Sr. Rudimar do Santos
Couto, Vice-Presidente da Sociedade Floresta Aurora - que estão aqui presentes.
E começo, justamente, Ver. Dr. Goulart,
pelo tema do Clube Floresta Aurora. Na última quinta-feira, tive o prazer de
estar lá representando a nossa Comissão - a CEDECONDH - e esta Casa, a Câmara
de Vereadores, numa Audiência Pública na Assembléia Legislativa, junto com a
Comissão de Direitos Humanos do Senado, com o Senador Paulo Paim, para
discutirmos mais uma decisão do Judiciário, que não leva em consideração a
história da sociedade, não leva em consideração a postura, apregoando posições
que considero - e consideramos lá naquela Audiência – racistas, pois o Tribunal
de Justiça limita as festividades da Sociedade Floresta Aurora. A centenária
Sociedade Beneficente Cultural Floresta Aurora é o novo alvo de expropriações
da cidade de Porto Alegre. O clube foi fundado por negros livres em 1872,
portanto, bem anterior ao 1888 da Lei Áurea, ou mesmo ao 1889 do início da
nossa República. Naquele período, segundo a história oral, entre as duas
florestas, e a Aurora está localizada numa das áreas mais nobres, hoje, da
cidade gaúcha, que é lá na Pedra Redonda. Pois há toda uma mobilização e ações
judiciais para fechar o Floresta Aurora. E aqui eu digo, com muita
tranqüilidade, como engenheiro que sou e, também, membro da Sociedade de
Engenharia, que fica ao lado: não existe nenhuma ação contra a Sociedade de
Engenharia. Essa é ou não é uma atitude racista da cidade de Porto Alegre,
através do Judiciário, que assim o determina? Queremos sim que esta Casa
discuta e se envolva com esse tema. E para isso, eu trago alguns números aqui
para essa reflexão, Srª Presidenta: (Lê.) “No Brasil, o segundo maior
contingente de negros do Mundo, a discriminação racial atinge níveis
estratosféricos. O IBGE aponta que os negros compõem 45% da população
brasileira. Nos estudos dos programas das Nações Unidas para o desenvolvimento,
considerando o índice de desenvolvimento humano no Brasil, tomando como
referência os negros, ocuparia a 105ª posição, 105 no ranking mundial;
considerando só os brancos, ocuparia a 44ª posição, 44 no ranking mundial.
Portanto, são 61 posições de diferença, se nós considerarmos o IDH só os
brancos ou dos brancos mais os negros neste País; o IPEA, Instituto de Pesquisa
Econômica, noticia que, nos últimos dez anos, a distância social dos negros em
relação aos brancos aumentou. Entre os 10% mais pobres do País, 65% são negros;
entre os 10% mais ricos, 86% são brancos.” E por aí vão os números e os índices
na mesma proporção. Digo isso porque, recentemente, nos últimos 4, 5 anos,
através do Governo Federal e da CPIR, estão-se implementando políticas,
Política Nacional de Proteção e Igualdade Racial... E eu poderia citar todas
elas aqui, mas busco algumas: o resgate das comunidades tradicionais e dos
quilombos urbanos ou rurais; a política de cotas para o ingresso dos negros nas
universidades; o trabalho de apoio aos projetos de etnodesenvolvimento das
comunidades quilombolas; apoio sociocultural a crianças e adolescentes
quilombolas; o apoio aos projetos de saúde da população negra. Então, esses
projetos todos, sejam na política nacional ou na política internacional, Srª
Presidenta, para concluir, é o que devemos fazer aqui nesta Casa, que em 2005
deu o exemplo – naquele enfrentamento, no Quilombo da Família Silva –, quando
discutimos e aprovamos aqui, incorporamos os quilombos urbanos como Espaços de
Interesse Cultural da Cidade e gravamos o primeiro quilombo urbano. Portanto,
meus colegas Vereadores e Vereadoras, o tema do 13 de maio, dito e contado nas
histórias brasileiras, para todas as crianças, como o dia da libertação dos
escravos, ainda não é verdadeiro. Creio que, somos responsáveis, para que daqui
a alguns anos, possamos dizer, Verª Margarete Moraes, que a igualdade racial
realmente existe neste País, mas nas questões que dizem respeito à cultura, à
economia, ao aproveitamento e à distribuição das riquezas neste País.
Portanto, Srª Presidenta, para concluir,
quero cumprimentar os representantes da Sociedade Aurora aqui presentes e
convidar a todos os senhores e as senhoras para se envolverem nessa luta, que é
mais uma luta contra a discriminação racial em Porto Alegre, que é pela
manutenção, sim, daquela comunidade num dos espaços mais nobres, de frente para
o lago Guaíba, ali na Pedra Redonda, junto ao bairro Ipanema. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): O Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Carlos Todeschini.
O SR. GUILHERME
BARBOSA: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; colegas
Vereadores, Vereadoras, demais pessoas que nos acompanham; na segunda-feira da
semana passada, nós tivemos, neste plenário, uma Reunião Conjunta das
Comissões, e o objetivo daquela Reunião era aprovar um Parecer com relação a um
pedido de financiamento do Executivo para o Programa Integrado Socioambiental,
no valor de 133 milhões de reais, que a Prefeitura repassaria para o DMAE. Nós
trabalhamos aqui intensamente e a nossa Bancada, verificando a importância do Projeto
e o volume a ser financiado, determinou um pedido de vista, através da minha
pessoa, a esse Projeto. Houve, Ver. Haroldo, uma movimentação, primeiro, do
Vice-Líder, Ver. Mario Fraga, e, depois, da própria Líder do Governo, Verª
Clênia, para que eu não fizesse aquilo, porque poderiam ser conseguidos de
outra forma os dados necessários para que nós conhecêssemos o Projeto, e, se eu
pedisse vista, nós correríamos o risco de atrasar o processo e de perder o
dinheiro. Em face dessa posição, este Vereador não pediu vista, e o processo
andou. E qual não foi a nossa surpresa, quando, na quinta-feira, a Bancada de
apoio ao Governo retira o quórum para não votar o Projeto. Retirada de quórum é
uma questão regimental, não há problema. O problema está em que toda a
argumentação usada para este Vereador não era verdadeira. E, portanto, quero
dizer em alto e bom som: eu estava com o espírito desarmado. As informações
chegaram – é importante registrar - já na terça-feira de tarde; só que o quórum
foi retirado pela base do Governo! Portanto, aquela informação de que iria se
perder o dinheiro não era verdadeira, Ver. Dr. Goulart! Então, este Vereador
não cairá nessa conversa fiada outra vez. Eu estava com o espírito desarmado,
atendi ao pedido da Liderança do Governo, mas não faremos mais isso.
Bom, parece que isso não é prática só
daqui. Já foi dito, e eu quero destacar, que o Sr. Secretário da Fazenda esteve
nesta Casa e disse alguns números de investimento da Prefeitura em 2005 e 2006.
Nas reuniões do Orçamento Participativo está sendo entregue um caderno, pela
Prefeitura, no qual aparecem números completamente diferentes. Claro que no
caderno é investimento a mais, e a “diferencinha”, a “pequena diferença” é de
apenas 40 milhões de reais! E estamos falando em números dados por agentes da
Prefeitura de Porto Alegre. São 40 milhões de reais a mais – isso está sendo
dito nas reuniões do OP.
Bem, ainda numa análise preliminar, eu
fui examinar aquilo que está sendo dito com relação à habitação população -
Ver. Nilo, nós temos discutido isso numa boa, em alto nível. Pois bem, aqui diz
que foram entregues 3.273 unidades habitacionais em 2005 e 2006. O pessoal da
Prefeitura sequer sabe somar, porque somando esses números que estão aqui
(Mostra documento.), não dá 3.273, dá 3.019! Portanto uma “diferencinha”,
também, de 254 unidades. Muito bem, dentro daquilo que foi colocado, aí é que
vem uma coisa para nos cair o queixo, para ficarmos apavorados: é quando se diz
que na política habitacional da Administração atual há 700 casas de
emergência. Para quem não sabe - dos colegas Vereadores -, uma casa de
emergência é aquilo que se usa quando há um desbarrancamento, quando uma casa
está caindo dentro de um arroio; é, Ver. Haroldo, uma casinha, praticamente um
esconderijo, para alguns poucos dias, de dois metros por três metros, de
madeira compensada. É isso que é uma casa de emergência: dois por três metros,
de madeira compensada. Por aqui, estão contadas 700 casas!
E, como se não bastasse, 213 casas de
passagem na Rua Frederico Mentz, que é uma outra situação que se faz: quando se
vai construir um loteamento, colocam-se as pessoas por um prazo curto de tempo,
para depois levá-las para o loteamento. Aí isso explica, Ver. Nilo, aquele
valor que pulou – lembra? Porque, no começo desta Legislatura, a base do
Governo dizia: “Nós estamos fazendo 500 economias por ano”. Eu dizia: “Nós
fazemos mil”. De repente, em poucos meses, de 500 passou para mil e tanto! Mas
aqui está explicado! Isso é um escândalo: achar que casa de emergência e casa de
passagem é política habitacional!
E é preciso dizer que quase 90% do que
foi feito é através de financiamento do Governo Federal - que é bem aplicado,
está aí para isso mesmo. Mas é preciso dizer e tirar esses números, porque isso
aqui é uma vergonha. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João
Carlos Nedel): O Ver. Claudio Sebenelo está com a
palavra em Comunicações.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, gostaria que
estivesse presente aqui a minha cara Presidente Verª Maristela Maffei, para a
gente falar sobre um assunto abordado quando ela esteve presente com o Sr.
Prefeito.
Nós temos comunidades extremamente
necessitadas na Lomba do Pinheiro, uma delas se chama Quinta do Portal; que,
evidentemente, formou-se a partir de um processo de invasão e, aos poucos, foi
se legalizando. Hoje, fruto da reparação e regularização fundiárias, mesmo que
parcial, nós já podemos anunciar, entre o que se votou no último Orçamento
Participativo, a presença de uma creche e de uma escola. A creche, no Orçamento
de dois anos atrás; dois anos depois, então, vem a escola. Ambas, agora, terão
o seu projeto, o início de suas obras, provavelmente ainda este ano. E, num
terceiro momento, uma equipe do Programa Saúde da Família.
A cidade de Porto Alegre se vê a braços,
muitas vezes, com populações extremamente necessitadas, que esperam há 10, 12,
15 anos por iniciativas não só sociais, não só do Orçamento Participativo, mas
também do Governo, espontâneas, inclusive no sentido de prover essas
verdadeiras emergências que acabam se formando, muitas vezes, em endemias, com
situações de risco, ocasionadas não só por enchentes, mas por desabamentos e
pela má-localização das moradias que vão se formando sem nenhum planejamento,
sem nenhuma urbanização e sem nenhum trabalho do Estado. Gostaria que estivesse
aqui a Verª Maristela Maffei, que junto conosco trabalhou como intermediária
das reivindicações dessa população. Hoje nós podemos comemorar, depois de um
trabalho muito grande junto às associações de bairro, junto às lideranças do
bairro, para uma nova era de assistência. Quando eu falo em nova era, não é por
que nós vamos inventar a pólvora, é por que haverá um efetivo processo com essa
comunidade, por meio da sua fiscalização, da sua participação direta,
juntamente com os Vereadores e uma série de entidades, inclusive do Poder
Público, que farão com que a Governança local - e o trabalho do Secretário
Cézar Busatto foi definitivo -, faça a provisão dessas necessidades que, há
muito tempo, vinham se arrastando; as pessoas esperavam ser contempladas como
sociedade, por uma atitude do Estado. Hoje nós temos a grata satisfação de
participar de um ato com os Secretários, com o Sr. Prefeito, com autoridades,
mas principalmente com a população do bairro de cinco mil pessoas, sendo duas
mil crianças – imaginem que esse bairro, durante muitos anos, ficou sem escola,
sem creche, sem transporte, sem nada. Agora, com transporte e com essas
atitudes do Governo, que passam a ser um lenitivo, há uma esperança de progresso,
de bem-estar social, e, principalmente, de fonte geradora de empregos na
própria comunidade. Essa é a grande notícia que nós podemos trazer com extrema
freqüência, e, apenas por questões estatísticas, talvez alguns dados estejam
incorretos, mas de três mil, cento e tantas moradias, uma diferença de cem
moradias é um percentual pequeno de erro; apesar de uma moradia ser algo
extremamente importante para as pessoas. Acho que esse é um passo avançado, e
que isso para nós representa, junto com a população, a verdadeira função do
Vereador, a verdadeira função do Estado, e, principalmente, pelo congraçamento,
pela integração e a alegria de uma comunidade em usufruir um bem coletivo,
fazendo com que essas atitudes sejam construtivas e voltadas ao interesse da
população.
(Não revisado pelo orador.)
O Ver. Nilo Santos está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Dr. Goulart.
O SR. NILO SANTOS:
Exmo
Sr. Vereador-Presidente, João Carlos Nedel; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhores e senhoras que nos
assistem, aqui, ou pela TV Câmara; eu gostaria de parabenizar o Ver. Claudio
Sebenelo por trazer aqui a importância da regularização de uma área. No momento
em que uma área é regularizada, na realidade, está levando uma maior segurança
para aquele bairro, para daquele local. E creio que Porto Alegre deve avançar
muito ainda nesse processo de regularização das áreas dentro da nossa Capital;
são muitas vilas, são muitas minifavelas que temos, hoje, dentro de Porto
Alegre e que precisam, sim, ser regularizadas. Nós temos vilas em Porto Alegre
onde, até hoje, infelizmente, não entram ambulância e caminhão de bombeiros,
pela dificuldade de acesso. O acesso é muito difícil e, em caso de incêndio, a
comunidade terá de superar esse drama sozinha, porque não há como um caminhão
de bombeiros ou uma ambulância entrarem ali. E pelo fato de serem irregulares,
também não têm iluminação pública, porque a CEEE só faz a instalação em áreas
onde há proprietário – o que considero correto. A CEEE já teve de reembolsar
muitos proprietários pelas instalações não-autorizadas. Mas nós precisamos
andar a passos largos para a regularização dessas vilas, que estão espalhadas
por Porto Alegre, pois se sabe que a escuridão facilita a circulação de
traficantes, de bandidos. Quem já morou em vila ou vive hoje nas vilas sabe
muito bem que um local escuro facilita, faz com que as coisas ruins prosperem
dentro da comunidade. Então, solicito aqui, neste momento, aproveitando esta
oportunidade, para que seja acelerado, em Porto Alegre, esse processo de
regularização das áreas dessas comunidades mais carentes.
E em cima disso, também, gostaria de
falar sobre os Projetos do Ver. José Ismael Heinen - Vereador muito preocupado
com o dia-a-dia da Cidade, com as causas das comunidades e comprometido com o
trabalho social -, dos quais discordo. Cito o PLL nº 056/07, o PLL nº 053/07 e
o PLL nº 054/07, que denominam, um, como a Praça Orixá Xangô um logradouro
público cadastrado conhecido como Praça 01, na 3ª Unidade da Nova Restinga; o outro que denomina Praça Orixá Yemanjá e Praça
Orixá Oxalá duas praças no Loteamento Residencial Moradas da Figueira; e o
outro, que também denomina Rua Orixá Ossainhã e Rua Orixá Odé e Otim outros
logradouros públicos também dentro do Loteamento Residencial Moradas da
Figueira. Denomina, ainda, na Lomba do Pinheiro, como Rua Orixá Bará, Rua Orixá
Obá, Orixá Ogum e Orixá Inhançã.
Quero dizer
que respeito as religiões, respeito a crença de cada cidadão, respeito a crença
de cada Vereador, mas estamos abrindo um precedente muito complicado. Eu
estive, senhores e senhoras, no Loteamento Residencial Morada das Figueiras, no
sábado passado, e a comunidade não sabia, nem imaginava que isso estivesse
ocorrendo dentro da Câmara de Vereadores; quando, até por uma questão de ética,
de democracia, deveríamos discutir isso com a comunidade. Eu conversei com
alguns senhores católicos, de lá, que disseram: “Eu não quero. Para a minha rua
eu quero o nome - já falei com a Verª Maristela Maffei - de Acre!”, ou “Nós
queremos para a praça um nome de flor, um nome bonito”.
Uma praça com
o nome de um orixá, senhores e senhoras, a comunidade não vai poder usufruir
tanto porque, queiramos ou não, vai se transformar num “despachódromo”.
A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nilo, eu
gostaria apenas de fazer algumas ressalvas à sua fala, com todo o respeito. Eu
acho que nós temos que ter o mesmo respeito pelas manifestações religiosas dos
afro-descendentes brasileiros que temos com os que são da igreja católica ou de
qualquer outra igreja. Então, afirmar que uma praça vai virar um lugar assim -
com essa entonação, que parece recriminatória, digamos, para usar uma palavra
leve -, é complicado. Por outro lado, eu concordo que tem que haver debate; em
todas as denominações de ruas e praças a população tem que participar e
escolher. Mas, de fato, nos faltam nomes que afirmem a pluralidade dos credos
religiosos. Nós temos uma hegemonia absoluta de nome de padres, de
santos católicos, parece-me que uma fatia importante da população não está
representada na denominação de espaços públicos.
O SR. NILO SANTOS:
Obrigado, Vereadora.
Para concluir, quero dizer que em momento
algum fiz uma fala recriminatória; pelo contrário, eu disse aqui que respeito o
livre-arbítrio, respeito as religiões, mas respeito também quem é católico,
quem é protestante, quem é ateu; isso tem que ser discutido, senhores e
senhoras.
Quando usei a palavra “despachódromo”, eu
quis dizer que, pelo fato de ter o nome de um orixá, essa praça vai ser, sim,
utilizada para despachos constantes - foi isso o que eu quis dizer. E para isso
existem os centros, os templos, os tabernáculos, existem locais apropriados
para a prestação de culto. Muito obrigado, senhores e senhoras.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João
Carlos Nedel): O Ver. Dr. Raul está com a palavra em
Comunicações.
O SR. DR. RAUL: Ver.
João Carlos Nedel, na presidência dos trabalhos; Vereadores, Vereadoras,
aqueles que estão aqui no Plenário e aqueles que nos assistem pela TVCâmara,
estou ocupando o período de Comunicações no sentido de relatar algumas ações
que vêm sendo feitas na Casa em função também do nosso trabalho na Comissão de
Saúde e Meio Ambiente que eu julgo de extrema importância. Agora, na última
sexta-feira, tivemos uma reunião muito produtiva, intercomissões, tivemos
conosco a CEDECONDH, contamos com a presença das pessoas interessadas - na
realidade, toda a comunidade, tanto da parte da Prefeitura como da parte dos
funcionários - para discutir a questão do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul. É
uma questão muito importante para a Cidade, uma vez que envolve atendimento
psiquiátrico, que precisa ser um atendimento digno e mais extensivo a todos os
cidadãos e às suas famílias. Como estamos com alguns problemas lá, acho que foi
uma reunião muito produtiva, na qual todos colocaram as questões, se vamos
procurar uma ampliação nessa área, se vamos procurar também que a lei da
Reforma Psiquiátrica tenha algum tipo de revisão, porque ela tem-se demonstrado
insuficiente para a nossa comunidade. Foi uma reunião com alguns
encaminhamentos importantes, como a nossa ida ao Prefeito Municipal e como
algum encaminhamento ao Ministério Público. Fizemos a nossa parte e vamos
prosseguir fiscalizando e procurando que haja uma melhoria no atendimento
psiquiátrico na Cidade. Amanhã, teremos uma Reunião na Comissão de Saúde em
função da dengue na nossa Cidade, porque precisamos de uma fiscalização
efetiva. A Prefeitura tem reforçado essa fiscalização em função da epidemia de
dengue já verificada em parte do nosso Estado. Amanhã será abordado, com
extrema relevância também, esse nosso processo de fiscalização, quando teremos
representantes da Vigilância do Município, para que se possa discutir e
participar desse processo para evitar a epidemia, fazendo com que a
proliferação do mosquito transmissor da dengue - aedes aegypti - e os
seus criatórios sejam dizimados em Porto Alegre. Nós sabemos que existem vários
focos já detectados em Porto Alegre, e agora a Prefeitura está tomando ações
fortes no sentido de eliminar esses focos, junto às pessoas, às entidades que
tenham, por exemplo, vulcanizadoras, cemitérios, floriculturas, locais onde é
muito fácil o desenvolvimento dos criatórios do mosquito da dengue. Temos que
aumentar o número de fiscais, porque é muito importante que a gente tenha essa
atenção básica ao cuidado da saúde.
Também estamos dando seqüência a dois
tipos de Seminários muito importantes para a Cidade. Um deles é o Seminário que
visa à construção do Código Municipal do Meio Ambiente, onde a COSMAM faz uma
parceria com a SMAM, e agora, no próximo dia 16, teremos a continuidade. São
nove Seminários temáticos, e teremos um segundo que vai tratar da questão da
flora, sendo que o primeiro Seminário foi sobre a participação da sociedade na
gestão ambiental. Teremos, no final, nove Seminários, com material ali
constituído. Será constituído e formatado o Código Municipal do Meio Ambiente,
que depois será enviado a esta Casa para ser discutido, modificado e legislado.
Também vamos dar continuidade, no dia 30,
ao Seminário de Planejamento Familiar. Nós já tivemos, no dia 8, o primeiro
Seminário, que foi muito concorrido, tivemos a presença, inclusive, da
Secretária de Cultura do Estado, Mônica Leal; representantes da Assembléia
Legislativa; de ONGs, enfim. O planejamento familiar é uma política pública de
extrema relevância na nossa cidade de Porto Alegre, como no nosso Estado e no
nosso País. Falamos, basicamente, no primeiro Seminário, sobre a política
pública voltada para o planejamento familiar. E agora, no dia 30, dando
seqüência com o segundo Seminário, nós vamos ter duas palestras - uma palestra
vai ser proferida pelo Dr. Luiz Fernando Oderich, da ONG Brasil sem Grades, e a
outra pela Dra. Liliane Saraiva, Presidente da FASE – que irão tratar,
basicamente, das ferramentas necessárias para que se possa fazer o planejamento
familiar de uma maneira mais efetiva na nossa Cidade. Era isso, obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João
Carlos Nedel): Retornamos ao Grande Expediente.
O Ver. Adeli Sell está com a palavra em
Grande Expediente.
O SR. ADELI SELL: Caro
Ver. Nedel, dirigindo os trabalhos nesta tarde; colegas Vereadoras, Vereadores,
cidadãos, cidadãs, a morte e a vida de uma Cidade podem ser determinadas pelo
seu Plano Diretor, e é por essa razão que uso este Grande Expediente para
dialogar com a Cidade, a começar com as Sras
Vereadoras e os Srs. Vereadores. Nós temos de analisar o que nós queremos
efetivamente para o desenvolvimento sustentável em Porto Alegre, para nós não
termos uma Cidade indesejável no futuro, para nós não termos uma Cidade
inconveniente. Por isso, nós temos de analisar a realidade como ela é: uma
cidade em expansão habitacional, mas uma cidade que está trancada, uma cidade
que está estagnada economicamente desde 2001. O Plano foi feito em 1999; a
estagnação econômica começou dois anos depois. Em 1999, nós fomos ousados, nós
propusemos corredores de centralidade, aprovamos um conjunto de diretrizes para
o desenvolvimento econômico-social de Porto Alegre. Não fomos capazes, nem o
Executivo, nem o Legislativo, nem a sociedade civil organizada, de fazer com
que Porto Alegre tivesse um desenvolvimento pensado na elaboração do Plano
Diretor de 1999. Por isso, é hora de pensar, é hora de repensar a cidade de
Porto Alegre, estagnada economicamente, mas com crescimento habitacional não
apenas na Macrozona 1 - onde nós temos problemas, sim, e nós vamos encará-los,
seja nas suas alturas, nos recuos, nas áreas permeáveis, naquilo que estiver
sendo colocado -, como também nas Áreas de Interesse Cultural - um dos temas
mais importantes que nós vamos ter de tratar com a seriedade que o tema nos
exige e que o tema merece.
A Cidade se expande para o sul de forma
desordenada, com loteamentos clandestinos, com grilagem, sem planejamento, mas
ela se expande ao norte também. E como vamos encarar a questão do Porto Seco,
cuja saída pela parte norte é difícil, é complicada, causa enormes transtornos
na área de circulação? Porque, na verdade, aquela saída norte do Porto Seco
fica embretada na Nova Gleba, na Santa Rosa. Mas alguns edifícios já estão
ocorrendo, com alturas a serem analisadas, porque, com o corredor do nosso
Aeroporto, por causa do barulho, na verdade, as pessoas preferem se espremer
contra a divisa de Alvorada; como também, em alguns momentos, parece que a Zona
Sul quer adentrar Itapuã, quer ir para Viamão. Ah! Temos de pensar essa questão.
Temos a Praia do Veludo, temos como
caminhar pelo Lami, temos áreas verdes, temos área de preservação, temos os
nossos morros. Agora, enquanto nós não pensamos o nosso Plano Diretor de forma
ousada, sem ficar apenas discutindo alturas, recuo de jardim e sacadas, a
Macrozona 1, ou seja, da Perimetral em direção ao rio, mais uma vez, ao nos
negarmos a analisar, o Delta do Jacuí - cuja Área de Proteção Ambiental, foi
aprovada há quase dois anos pela Assembléia - não recebe a devida atenção da
nossa Prefeitura. Não por falta de aviso. Nós já avisamos o DEMHAB, a
Procuradoria-Geral do Município, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana –
por causa dos resíduos –, a Secretaria do Meio Ambiente, porque temos uma
avalanche de novos moradores, de ocupações indevidas, em lugares inadequados,
insalubres, em palafitas. Mas o lixo, os dejetos tomam conta do Delta, e
nenhuma palavra, na Revisão, sobre a APA – Área de Proteção Ambiental. Nenhuma
palavra! Silêncio total.
E também como serão as Áreas Especiais?
Pequenas, como quer a Revisão? Isso pode causar enormes problemas. Sabemos que
inclusive dentre valorosos servidores públicos sempre há aqueles que podem
apresentar dificuldades para vender facilidades posteriores.
Atentos a essas questões! Mas a Área
Especial do Porto, que é no Centro, que já é uma Área Especial, tem de ser por
nós analisada, porque hoje estamos de costas para o rio. Queremos continuar de
costas para o rio? Onde vingará um turismo, um turismo sustentável, como propôs
aqui há dias a nossa Secretária Ângela Baldino?
Uma cidade cosmopolita como Porto Alegre
quer inventar agora a Lei Seca. Ora, convenhamos, senhoras e senhores, isso é
tudo que os Governos incompetentes, os Governos preguiçosos, os gestores que
não querem fiscalizar sonham: uma Cidade que determina por uma lei que tudo
fecha às 23 horas. Nós não somos Diadema, nós somos uma cidade cosmopolita, que
tem que funcionar 24 horas por dia, mas com sossego, com tranqüilidade, sem a
zoeira de hoje.
A zoeira existe não porque não existam
leis: as leis existem, mas não há fiscalização. Este é o grande problema!
Cidades como Montevidéu, Buenos Aires e Santiago funcionam 24 horas por dia.
Têm civilização, não é a barbárie que nós estamos vendo nas festas rave não-fiscalizadas. Mas a Cidade tem
que pensar em locais de lazer, em locais de entretenimento. A juventude da
periferia tem que ter os seus espaços de lazer, e não apenas em alguns lugares
nobres.
Em alguns bairros nobres, pela sua
proximidade com o Centro, lugares onde há ônibus, as pessoas são enxotadas para
a periferia, para ali serem construídos grandes edifícios. Não! Tem que ser uma
Cidade que tenha essa pluralidade, que tenha a condição de, ao mesmo tempo, ter
um pequeno parque, uma pequena praça, porque os grandes parques, as grandes avenidas
que não têm saídas, já disse Jane Jacobs no seu livro “Morte e Vida de Grandes
Cidades”, são, sem dúvida nenhuma, o estatuto para levar uma cidade para o seu
funeral.
Não é isso que nós queremos em Porto
Alegre. Nós queremos uma cidade sustentável, uma cidade equilibrada, uma cidade
em que a construção civil possa aplicar os seus recursos, sim, aqui, mas com
controle público, como fizemos durante a nossa gestão nas negociações, por
exemplo, das áreas e dos projetos especiais, com as devidas compensações.
Mas o que se vê hoje? Como fiquei
sabendo, há alguns dias, uma das casas que estava protegida na lista do Decreto
foi trocada, numa compensação, por 150 mil reais, como compensação pela
Confeitaria Rocco, que nós queremos, sim, preservada. Mas seria o caso de ter
essa compensação e demoli-la? Provavelmente, pelo que eu conheço, essa casa
poderia ser discutida. Eu não quero ser sectário aqui, de achar que tudo é oito
ou oitenta, mas, se é para preservar, tem que preservar, e não compensar!
Porque senão é demagogia! É gestor público fazendo caixa com uma legislação que
supostamente é uma legislação que resguarda os interesses da Cultura, do
patrimônio público, mas, por outro lado, é moeda de troca para negociações.
Nós queremos uma lei clara, uma lei definida,
de forma que todos nós saibamos onde e como se pode construir, o que se deve e
tem necessidade de preservar. Nós não podemos ter políticas que a cada dia
mudam segundo as pressões da economia, segundo as pressões dos poderes A, B ou
C da Cidade.
Portanto, para que Porto Alegre continue
crescendo, se desenvolvendo, principalmente na área de serviços, no tripé que
nós estamos defendendo, a Saúde de qualidade, para isso tem de ter projeto de
circulação e transporte, porque hoje os nossos hospitais têm grandes
dificuldades de estacionamento e circulação no seu entorno, e não há uma
palavra sobre isso na revisão do Plano Diretor.
Mas nós também queremos turismo de
eventos, turismo de negócios. Para isso, é preciso pensar novos corredores de
centralidade, é preciso pensar a cidade do futuro, como na área de Ciência e
Tecnologia. Se nós não pudermos ter, Ver. Newton Braga Rosa, um grande centro
de tecnologia no 4º Distrito, que tenhamos habitações que sejam compatíveis, e
vamos distribuir áreas de ciência e tecnologia na Cidade, fazendo um grande
movimento para o seu futuro. Eu aposto na vida, eu aposto no desenvolvimento.
Eu não quero um Plano Diretor que seja o decreto da morte desta Cidade
cosmopolita, maravilhosa, que tem um lago divino e se chama Porto Alegre.
Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A Verª Clênia Maranhão
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
(Não revisado
pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Passamos à
PAUTA
- DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1ª
SESSÃO
PROC. Nº 1250/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 028/07,
de autoria da Verª Maria Luiza, que altera o § 3º do art. 3º e o § 2º do art.
4º da Lei nº 3.187, de 24 de outubro de 1968, e alterações posteriores, que
estabelece normas para a exploração do Comércio Ambulante e dá outras
providências, assegurando aos vendedores ambulantes situação de preferência na
concessão de licenças e determinando-lhes obrigação para a renovação dessas,
bem como excluindo asseguramento de preferência aos sindicalizados na renovação
dessas licenças.
PROC. Nº 1488/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 043/07,
de autoria da Verª Maria Luiza, que assegura a prioridade no atendimento ao
procurador assistente social nas agências do Instituto Nacional do Seguro
Social – INSS -, no âmbito do Município de Porto Alegre, e dá outras
providências.
PROC. Nº 1766/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 056/07,
de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que denomina Praça Orixá Xangô o
logradouro público cadastrado, conhecido como Praça Um – SQ Quatro, Terceira UV
Nova Restinga -, localizado no bairro Restinga.
PROC. Nº 2006/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 044/07,
de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede a Comenda Pedro Weingärtner à
Artista Plástica Claecir dos Santos Machado.
2ª
SESSÃO
PROC. Nº 1590/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 048/07,
de autoria da Verª Maria Luiza, que acrescenta art. 62-A na Lei nº 6.309, de 28
de dezembro de 1988, e alterações posteriores, que estabelece o Plano de
Carreira dos Funcionários da Administração Centralizada do Município, dispõe
sobre o Plano de Pagamento e dá outras providências, concedendo gratificação
por risco de vida aos integrantes das Classes que compõem o Grupo Fiscalização
e Vigilância – FV – autorizados a portar arma de fogo em serviço.
PROC. Nº 1672/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 053/07,
de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que denomina Praça Orixá Yemanjá e Praça
Orixá Oxalá os logradouros públicos parcialmente cadastrados, conhecidos
respectivamente como Praça 6030 e Praça 6031; Rua Orixá Ossainhã e Rua Orixá
Odé e Otim os logradouros públicos cadastrados, conhecidos respectivamente como
Rua 6028 – Loteamento Residencial Moradas da Figueira – e Rua 6029 – Loteamento
Residencial Moradas da Figueira -, todos localizados no bairro Lomba do
Pinheiro.
PROC. Nº 1830/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 062/07,
de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que institui monumento em homenagem ao 25º
aniversário do Rotary Club Porto Alegre - Anchieta.
PROC. Nº 2023/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 045/07,
de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede o Prêmio Leonel Brizola – Ética
Política ao Deputado Federal Enio Egon Bergmann Bacci.
PROC. Nº 1417/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 038/07,
de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que concede o troféu Honra ao Mérito ao
delegado Pedro Carlos Rodrigues, Chefe de Polícia do Estado do Rio Grande do
Sul.
PROC. Nº 1825/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 060/07,
de autoria do Ver. Ervino Besson, que concede o título honorífico de Cidadão de
Porto Alegre ao Senhor Carlos Rivaci Sperotto
3ª
SESSÃO
PROC. Nº 1676/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 054/07,
de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que denomina Rua Orixá Bará, Rua Orixá
Obá, Rua Orixá Ogum e Rua Orixá Inhançã os logradouros públicos cadastrados,
conhecidos respectivamente como Estrada Dois – Vila São Francisco -, Rua Dois
- Vila São Claro-, Rua 6024 e Rua 6027
– Loteamento Residencial Moradas da Figueira -, localizados no bairro Lomba do
Pinheiro.
PROC. Nº 1680/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 040/07,
de autoria do Ver. José
Ismael Heinen, que altera o inc. II do § 2º do art. 188
da Resolução nº 1.178, 16 de julho de 1992, que aprova o Regimento da Câmara
Municipal de Porto Alegre, e alterações posteriores, incluindo,
independentemente de requerimento, a convocação de Sessão Solene na terça-feira
da Semana de Porto Alegre.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ADELI SELL:
Meu caro Ver. Nedel, colegas Vereadores, Vereadoras; meu caro Ver. Brasinha, V.
Exª que é empresário e que tem preocupações com o desenvolvimento econômico e
social da nossa Cidade; minha cara Verª Maria Luiza, proponente de uma mudança
na legislação do comércio ambulante, que assegura aos vendedores ambulantes uma
situação de preferência na concessão de alvarás e determina obrigação para
renovação dessas, bem como excluindo asseguramento de preferência aos
sindicalizados na renovação dessas licenças. Eu precisaria ouvi-la para ter
certeza de algumas questões, porque eu acho que na questão das licenças, na
questão dos alvarás, nós não podemos legislar sobre preferencialidades, porque
a Constituição Federal é muito clara quando diz que nós estamos diante de
igualdades, ou seja, você não pode dar uma preferencialidade para quem é
sindicalizado ou não; primeiro, porque para ter um alvará de ambulante, na
Cidade, é obrigatória a sindicalização. Eu quis mudar isso, porque, pela
Constituição de 1988, é livre a sindicalização no País. No entanto, a
Procuradoria-Geral do Município, disse e orientou nesse sentido. Eu era
Secretário, e, pelas informações que eu tenho, a nova gestão, a nova PGM mantém
- até porque o grosso dos seus servidores são os mesmos - essa mesma posição.
Eu acho que é incongruente com a nossa Constituição Federal.
A Srª Maria Luiza:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, a própria
Constituição Federal determina, ela deixa esse livre-arbítrio ao trabalhador:
de poder ser sindicalizado ou não. Na verdade, a proposta que eu trago a esta
Casa é, sim, a oportunidade de o trabalhador informal, que no Brasil isso
representa mais de 50%, poder ter o vínculo, a qualidade de segurado resgatada
junto à Previdência Social. Tendo em vista que, quando protocolei este Projeto
nesta Casa, praticamente 15 dias depois, o Governo Federal baixou uma Medida
Provisória que oportuniza a todos os trabalhadores informais do Brasil readquirirem
a qualidade de segurados, com 50% de desconto da arrecadação que é permitida
hoje. Ou seja, com 35 reais de recolhimento, por mês, o trabalhador informal
adquire a qualidade de segurado e passa a ter toda uma proteção social pela
Previdência.
Nesse sentido, estamos assegurando, não
só, de imediato, as necessidades que esse trabalhador tenha no presente como no
futuro, porque é uma forma de resguardar esse trabalhador para que ele pense no
futuro, quando, lá adiante, não tiver mais condições de exercer a sua atividade
profissional, que ele possa, com tranqüilidade, encaminhar o benefício da
aposentadoria, quer seja por tempo de serviço, quer seja por invalidez.
O SR. ADELI SELL: Eu
sempre incentivei os ambulantes a pagarem a sua Previdência. No entanto, V. Exª
sabe, e não é fortuito que apresenta o Projeto, que a maioria tem outras
prioridades e acaba deixando a Previdência de lado, tanto que, na “pedra”, como
se diz, temos hoje senhoras de 82 anos – conheço uma delas –, que continuam
sendo ambulantes na Praça XV porque nunca contribuíram. E hoje a Previdência
exige, pelo que lembro, se não mudou a legislação, 15 anos de contribuição para
a aposentadoria por idade. Então, temos essas verdadeiras desgraças, hoje.
De igual forma são os vendedores
ambulantes, os feirantes, os que vendem hortifrutigranjeiros. Eu conheço alguns
que têm meio século de “pedra” e não estão aposentados. Só que me parece que a
legislação nos proíbe de fazer uma vinculação do pagamento à Previdência com a
obtenção de alvarás.
Portanto, acho importante que existam as
três Sessões de Pauta aqui para que a gente possa discutir, mas eu gostaria que
V. Exª propusesse que, imediatamente, quando chegasse na Comissão de
Constituição e Justiça, fosse convidada a Procuradoria-Geral do Município,
porque, como eu já fui Secretário, estou alertando-a sobre uma decisão que a
Procuradoria já deu, na minha época como Secretário. Queria, então, contribuir
com a discussão do seu Projeto. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SR. PRESIDENTE (João
Carlos Nedel): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. João Carlos Nedel; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, venho a esta tribuna para falar das
coisas boas que estão acontecendo na Cidade, do belíssimo trabalho que vem
fazendo o nosso Prefeito Fogaça, que está hoje completando 880 dias no Governo
Municipal de Porto Alegre. Vejam bem, senhores, são 21.120 horas! O Prefeito
vem mantendo um trabalho belíssimo na área de moradia, 3.400 moradias já foram
entregues, nesses 880 dias, pelo Prefeito Fogaça; o que dá uma média de quatro
moradias, por dia, às pessoas que mais necessitam.
Pois bem, o Prefeito Fogaça tem trabalhado
muito e feito muito pela Cidade na área das creches. No sábado, na Vila dos
Papeleiros – e estavam presentes a Verª Margarete e o Ver. Adeli –, houve a
inauguração de uma belíssima creche para a comunidade que se encontra em
dificuldades. Tenho certeza absoluta de que são menos pessoas, menos crianças
que estarão na rua.
Estive também
na inauguração da Creche Timbaúva, lá no bairro Timbaúva, uma creche de
Primeiro Mundo. Isso, meus amigos, se deu pela grandeza do trabalho junto às
Secretarias, à SMOV, ao DEMHAB, ao DEP, enfim, todas as Secretarias que fazem
um trabalho conjunto para melhorar e dar mais dignidade às crianças que mais
necessitam.
Pois bem,
senhores, em 880 dias de Governo, o Prefeito Fogaça já entregou sete creches;
com essas sete creches, certamente, são mais de 800 crianças que estão deixando
de passar necessidade.
Eu tenho
gostado muito do Prefeito Fogaça porque, realmente, ele tem olhado para o lado
que mais necessita, para as pessoas que mais precisam, para as crianças mais
carentes. É por uma criança que se começa.
Então, eu fico
muito feliz por termos esse grande homem, o Prefeito Fogaça, que vem fazendo
essa verdadeira Administração, que vem, a cada dia, melhorando.
Eu costumo
dizer que o Prefeito Fogaça tem um time bom; tem goleiro bom; tem a zaga
perfeita; também tem um meio de campo e um lateral; tem os atacantes. Tem
atacante com belíssima qualidade, Ver. Adeli, que ataca com toda a força e com
toda a qualidade. São dois ponteiros. Um time bom se faz com grandes jogadas, e
assim como eu gosto de futebol, eu comparo a Administração como um bom time. O
Prefeito Fogaça é um verdadeiro mestre que vem articulando e demonstrando à
comunidade de Porto Alegre que pretende fazer cada dia mais pela Cidade.Tem
feito, tem provado, e, certamente, logo ali na frente, os ponteiros estarão
fazendo gols, os ponteiros e os centroavantes que caminham unidos. Num time
bom, jogam todos, e, para esse time jogar, nós temos um grande comandante: José
Fogaça, Prefeito desta Cidade.
Quero
agradecer também ao Humberto Goulart, meu Líder, e ao meu companheiro Elói
Guimarães, que permitiu que eu falasse – pois era o seu dia -, cedendo-me este
espaço; e também agradecer ao Nilo Santos e à Maria Luiza.
E eu venho
também contar algumas coisas boas que acontecem. Ontem,
para mim, foi um dia muito importante, todos os dias são importantes, mas vejam
bem, senhores, há um trabalho que eu faço, há muitos anos - e isso não é de
agora, está completando 17 anos -: comecei entregando 500 rosas no Dia das
Mães. A cada ano que passa, acrescento 500 rosas: no segundo ano, entreguei mil
rosas; no terceiro ano, 1.500, e assim por diante. Ontem, com chuva, no Bairro
IAPI, comunidade da qual faço parte, nós entregamos rosas para as mães,
senhoras de idade, que já estão acostumadas a ouvir passar o caminhão tocando:
“Mamãe, mamãe”, e entrego uma rosa. Eu sei que só isso não resolve, mas levo a
elas felicidade; e, certamente, ontem, muitas mães choraram.
(Aparte anti-regimental do Ver. Ervino
Besson.)
O SR. ALCEU BRASINHA:
Não tem problema, Ver. Ervino Besson, é vermelha a rosa, mas o coração é vermelho
também. Quero dizer a V. Exª que, ontem, com toda aquela chuva, a minha equipe,
os amigos colaboradores que participam sempre, levamos rosas às mães, no Dia
das Mães, que, para mim, é um dia muito importante. Para mim, principalmente,
acho que é o dia mais importante da minha vida, porque sempre estou lembrando
da minha mãe. E eu, que nasci entre doze irmãos, sou um deles agradecido pelo
Dia das Mães. E quero dizer, também, para a minha mãe que eu amo muito ela,
demais, assim como a mãe dos meus filhos, a mãe dos meus amigos, enfim, tudo o
que eu podia ter feito de homenagem, eu fiz. Eu lembro bem, muitos anos atrás,
quando eu era guri, lá na minha cidade, eu queria comprar um presente para a
minha mãe no Dia das Mães e eu não conseguia, porque não tinha como. De onde eu
morava, andava trinta quilômetros a pé para vender laranja na cidade para,
assim, poder dar um presente a minha mãe. Eu me orgulho muito de ter feito
isso, porque mãe não há palavras, mãe é todos os dias, toda hora, a mãe está
sempre do lado da gente.
Então, quero agradecer aos senhores, para
concluir; obrigado, Ver. Ervino Besson; obrigado, colegas Vereadores.
Certamente, nós sempre estaremos juntos, na mesma direção, buscando o que é
melhor para a comunidade. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João
Carlos Nedel): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) Não está presente neste momento.
O Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. GUILHERME
BARBOSA: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel; colegas
Vereadores e Vereadoras, imagine, Ver. Brasinha, um time que em 28 meses faz
sete creches, é um time muito devagar, quase parando esse time; na questão do
asfalto, por exemplo, a produção de asfalto, a tapação de buracos não chegou à
metade da média da Prefeitura. É um time, eu acho, da Série C do Campeonato
Brasileiro: muito devagar esse time.
Quero abordar também o Projeto da Verª
Maria Luiza com relação à questão dos ambulantes e à não-exigência da vinculação
ao sindicato da categoria. Essa tem sido uma marca dos Projetos que a Vereadora
tem apresentado. Aliás, uma Vereadora que tem trabalhado bastante e tem
apresentado uma série de Projetos, muito laboriosa a Vereadora; essa tem sido
sempre uma marca que tem vindo. E eu já tenho dito, numa outra situação, que é
muito complicado quando a gente tem, Ver. Ervino, uma pessoa que exerce uma
determinada função, seja ela, no caso, das bancas ou de ambulante, trabalhar de
forma solitária, isolada, não se vincular a uma entidade de classe. Quase
sempre as dificuldades daquele profissional são as dificuldades dos outros
grupos, e quando a gente batalha, luta sozinho, tem muito mais dificuldades, a
menos que tenha uma vinculação com um Vereador, como nós, a um Secretário,
enfim, que tem acesso, tem possibilidade de resolver o seu problema. Mas essa
não é a melhor forma, a melhor forma é quando a gente fortalece as entidades de
classe. Se não está correspondendo, se tem uma diretoria que não trabalha, ou
que tem uma política que a gente não concorda, vamos nos organizar para tocar
essa diretoria. Mas eu acho muito complicado quando isso é feito assim, sem que
se fortaleçam as entidades de classe. Portanto, esse aspecto eu acho complicado
e mereceria uma Emenda para retirá-lo, porque o restante do Projeto é bom.
Quero também comentar, já fiz isso na
Sessão passada, na quinta-feira, um Projeto do Ver. Nereu D’Avila que propõe
homenagem ao ex-Secretário Enio Bacci. Na Sessão anterior, eu dizia que falta,
nesse quebra-cabeça da questão da substituição do Secretário, uma peça para
completá-lo. E hoje de manhã, foi interessante, na Rádio Bandeirantes, num
quadro chamado “RB Não Esquece”, foi falado que, depois de um mês da mudança do
Secretário de Segurança, ainda não estava claro o que aconteceu. Denúncias
foram feitas contra o Secretário, o Secretário disse que não teve apoio da
Governadora para limpar a parte ruim da Polícia, enfim, a coisa não está clara.
Então, para que a gente vote essa homenagem ao ex-Secretário Enio Bacci, eu
acho que precisamos ter mais esclarecimentos, porque, Ver. Brasinha, eu acho
que nesse quebra-cabeça está faltando uma peça. Ou a Governadora, segundo a
fala do Deputado, não o apoiou naquilo que ele queria fazer, que era uma
limpeza na Polícia, no que ela tem de sujo, que é a minoria, é claro; ou as
acusações contra ele são verdadeiras e as acusações eram muito sérias, pelo que
a gente viu nos bastidores. Portanto, não só eu, acredito, mas a população do
Rio Grande do Sul espera por um esclarecimento. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): O Ver. José Ismael Heinen está com a
palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Carlos Comassetto está
com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS COMASSETTO:
Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; colegas Vereadoras e Vereadores, senhoras e
senhores, vou seguir os colegas que me antecederam na discussão de Pauta deste
Projeto da Verª Maria Luiza, que faz uma modificação na legislação já
existente, ou propõe uma legislação que estabelece normas para a exploração do
comércio ambulante e dá outras providências, assegurando aos vendedores
ambulantes situação de preferência na concessão de licenças e determinando-lhes
obrigação para a renovação dessas, bem como excluindo asseguramento de
preferência aos sindicalizados na renovação dessas licenças.
Quero dizer, Verª Maria Luiza, que
acredito que não dá para generalizarmos para a Cidade esse tema, porque no
conjunto de feiras que há, existem vendedores que são ambulantes, muitos deles
estão organizados por categorias e valorizam essa sua entidade, seja sindicato
ou associação, e têm uma história nessa construção. No momento em que nós
individualizamos a licença, para que seja o Sr. José, o Sr. João e assim por
diante, nós estamos retirando a força das suas entidades, das suas estruturas,
das suas organizações, porque, no final, quando há um problema, todos recorrem
a quem? À organização - sindicato, associação, feira -, porque essa tem força
para poder dialogar, seja com o Secretário, com a Câmara, nas diversas
situações colocadas.
E aí, eu trago um exemplo que está
ocorrendo, neste momento, na Feira Ecológica, Ver. Adeli Sell. A Feira
Ecológica foi constituída, historicamente, por entidades como a Cooperativa
Colméia, a Cooperativa Arco-Íris, a Associação dos Agricultores Ecologistas de Ipê e
outros, e eles ocupam a feira através de suas entidades. Existe, agora, uma
orientação da SMIC de individualizar isso, e eles estão lutando para que isso
não aconteça e que continue sendo mantida em nome da entidade, ou seja, das
cooperativas ecológicas que ali produzem, porque isso fortalece a organização.
E quando surgem os pequenos problemas, eles são resolvidos em casa - vamos
assim dizer -, dentro da própria organização estruturada, e não precisa levar
isso ao Secretário ou que se individualizem as relações para poder fazer. É
garantido, sim, a cada um dos postulantes ou ocupantes desses espaços públicos,
o direito individual, mas eles respondem coletivamente através de suas organizações.
A Srª Maria Luiza: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Comassetto, eu só
gostaria de esclarecer que eu não sei se está havendo algum equívoco, mas a
proposta que ora apresento na Casa, este Projeto, não tem a intenção, de forma
alguma, de desqualificar os sindicatos. A própria Constituição Federal assegura
ao trabalhador o livre-arbítrio de escolhas. A proposta que trago a esta Casa
tem, sim, a preocupação de fazer um resgate do trabalhador informal para a
Previdência Social, no que diz respeito a que ele possa estar usufruindo
qualquer benefício ofertado pela Previdência Social, e, ao mesmo tempo,
resguardando esse trabalhador, para que, no seu futuro, ele possa encaminhar o
seu pedido de aposentadoria, quer seja por tempo de serviço, quer seja por
invalidez. Não podemos nos ocultar, aqui, de dizer que, quanto menos o Governo
- o Governo em todas as instâncias: Federal, Estadual e Municipal - trabalhar
essa questão da Previdência, maior será o número de trabalhadores informais que
estarão acessando o benefício de prestação continuada, que é aquele benefício,
Vereador, que os trabalhadores acabam acessando na Previdência, mesmo não tendo
contribuição alguma junto ao INSS.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Acredito, sim, na sua boa-fé, no sentido de
buscar o auxílio a esses trabalhadores que não são sindicalizados ou
organizados, sejam trabalhadores de mercadões, feiras ecológicas ou os demais.
Mas, quanto a essas organizações que existem e já têm um trabalho histórico,
creio que não podemos, com a boa intenção de resgatar aqueles que teoricamente
estão excluídos, desconstituirmos um trabalho já existente ao longo dos tempos.
Portanto, nós vamos continuar debatendo
este tema aqui. Trago a minha contribuição neste momento, porque esse é um
conflito que está colocado em algumas feiras da Cidade, e estamos dialogando
justamente para fortalecer as entidades que têm essas responsabilidades de
organizar, e, quando ocorrem alguns problemas, enfrentá-los coletivamente.
Muito obrigado pela tolerância, Srª Presidenta.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. ALCEU BRASINHA: Srª
Presidenta, no dia 11 de abril nós tivemos no Palácio Piratini uma audiência
com o Secretário, e gostaríamos de saber como é que está, Vereadora, porque faz
33 dias, e até agora não recebemos nenhuma resposta. Por que, Vereadora?
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): Ver. Alceu Brasinha, nós estamos no
aguardo da última combinação feita com o Secretário da Habitação, o Sr. Marco
Alba, e com o Secretário Chefe da Casa Civil, o Deputado Luiz Fernando Záchia, no sentido de que o Comitê criado
para agilizar junto ao BNDES o recurso para a obra Eixo Baltazar iria ser
convidado para estar junto, gestionando junto a esse órgão, o retorno das
obras. Lamentavelmente, já faz 33 dias, e sequer uma resposta a esta
Presidência, ou informe, foi colocado pela disposição dos Secretários do
Governo do Estado. Estamos aguardando, ainda, Ver. Alceu Brasinha.
A Verª Maristela Maffei está
com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente no momento. O Ver. Márcio
Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente no momento.
O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Ilustre Presidenta, Verª Maria
Celeste; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, a Verª Maria
Luiza tem vários Projetos em Pauta; realmente, isso simboliza e significa uma
Vereadora operosa. Eu gostaria de me referir ao Projeto, em 1a
Sessão de Pauta, que assegura aos vendedores ambulantes situação de preferência
na concessão de licenças e determinando-lhes obrigação para renovação dessas,
bem como excluindo asseguramento e preferência aos sindicalizados na renovação
dessas licenças.
O que eu quero dizer é que o
assunto dos ambulantes é um assunto muito sério, nesta Capital.
Eu gostaria muito que os ambulantes, na medida do possível, à medida que o
tempo vai passando, se formalizassem, que não fossem mais ambulantes sem uma
microempresa, que tenham possibilidade de crescer, de se estabelecer, de gerar
emprego, de gerar renda. Isso que eu gostaria que fosse aplicado na nossa
Capital. Porque nós todos falamos: geração de emprego, geração de renda,
multiplicação de renda – tudo isso é muito importante para a nossa sociedade. E
a Verª Maria Luiza quer dar preferência, na concessão das licenças, aos
vendedores ambulantes que estiverem inscritos e que contribuam para o INSS.
Isto é importante. As pessoas exercem uma atividade, geram os seus sustentos. É
muito importante. Mas e quando, Verª Neuza, envelhecem? O que acontece? Não têm
nenhuma Previdência. Não têm nenhum Seguro Social. Então, isso interessa
sobremaneira à sociedade.
Ela diz que somente serão dadas licenças
às pessoas inscritas no INSS. Acho interessante, importante, adequado. Mas nós
estamos na nossa Cidade, em vias já do início da obra do chamado Shopping
Popular, o Centro Popular de Compras, que irá abrigar esses ambulantes que, em
sua maioria, já estão estabelecidos no Centro de Porto Alegre. Esse é um fator
muito importante que virá a fortalecer essas pessoas que já estiverem
estabelecidas com o seu espaço, pagando um pequeno aluguel, mas estão lá,
fixas, orientadas, regulamentadas e, principalmente, assistidas pelo Poder
Público. Eu gostaria muito que essa assistência fosse também de uma formação,
de uma qualificação para o empreendedorismo; que elas em breve se habilitem, se
credenciem e formem suas pequenas empresas, e que, aos poucos, vão crescendo,
gerando outros empregos, gerando impostos, sim, porque nós precisamos disso. E,
agora, com a Lei do Simples, com a Lei da Micro e Pequena Empresa, se torna
muito fácil ser empreendedor; e diminuindo a burocracia também acelera e
estimula a atividade do empreendedorismo. Eu gostaria então de parabenizar a
Verª Maria Luiza pela oportunidade dos Projetos que aqui apresenta.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): O Ver. Ervino Besson esta com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. ERVINO BESSON: Minha
cara Presidenta Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras,
senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16, da
TVCâmara, eu gostaria de saudar a todos. Conforme o Ver. João Carlos Nedel já
se pronunciou, eu acho extremamente importante o Projeto apresentado pela Verª
Maria Luiza a respeito dos vendedores ambulantes. Eu acho que nós vamos ter a
oportunidade de abrir uma discussão que eu vejo como de extrema importância
para a cidade de Porto Alegre a respeito dos vendedores ambulantes. Importante
este Projeto de Lei!
O Ver. Nereu D’Avila apresenta o Projeto
de Resolução n° 045/07, que concede o Prêmio Leonel Brizola - Ética Política ao
Deputado Federal Enio Bacci. Quero dizer, em relação a esse Projeto do Ver.
Nereu, que é o momento de levantarmos, mais uma vez, as questões relativas à
saída, ao período em que o competente Deputado Enio Bacci ficou como Secretário
de Segurança do nosso Estado. O Ver. Guilherme já levantou algumas dúvidas -
isso é importante, Vereador! Vossa Excelência o fez até com muita propriedade.
Acho que é importante que essas dúvidas sejam esclarecidas para que possamos
abrir, aqui, essa discussão, para esclarecer algumas coisas que ainda ficaram
dúbias sejam explicadas. Talvez algumas pessoas digam: “Afinal de contas, temos
que saber a verdade sobre o que aconteceu nesse curto período de permanência do
Deputado Enio Bacci como Secretário de Segurança do nosso Estado” e, tenho
certeza, fazendo um extraordinário trabalho.
O Sr. Claudio
Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Ervino Besson, gostaria de dar a seguinte informação ao amigo:
existe um acordo de cavalheiros na Casa no sentido de que a Casa não homenageia
políticos militantes, pessoas que estejam exercendo cargos políticos. Eu falei
isso numa das oportunidades, parece-me que foi na semana passada, e o Ver.
Nereu se prontificou a retirar o Projeto. Independente de qualquer mérito
favorável ao Deputado Bacci, e eu acho, assim, que nós poderíamos... Vamos
solicitar ao Ver. Nereu a retirada do Projeto, porque, por esse acordo, não se
homenageiam pessoas que exerçam cargos políticos de militância e de relação
direta com a política local. Muito obrigado.
O SR. ERVINO BESSON: Perfeito,
Vereador. Eu só acho que essas dúvidas que foram levantadas... É uma forma de
as pessoas, os Vereadores, enfim, das pessoas que nos assistem pela TVCâmara,
são Vereadores de diversos Partidos que gostariam que fosse melhor esclarecida
a saída do Deputado Enio Bacci. Mas o mais importante: acho que a posição do
Ver. Nereu de retirar o Projeto é louvável; a posição do Ver. Sebenelo é muito
louvável; e também a do próprio Ver. Guilherme Barbosa.
Também apresentei aqui um Projeto - acho
que teremos a oportunidade de discutir - que concede o Título de Cidadão de
Porto Alegre ao Sr. Carlos Rivaci Sperotto, um homem que merece que a Casa
preste essa homenagem, sem dúvida nenhuma, pela sua trajetória, por sua
história na agricultura.
Minha cara Presidenta, eu vou solicitar a
V. Exª o tempo de Liderança do meu Partido.
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): O Ver. Ervino Besson, a partir deste
momento, fala em Comunicação de Líder.
O SR. ERVINO BESSON: Primeiramente,
quero aqui, de uma forma muito especial, muito carinhosa, homenagear as nossas
mães - ontem foi o Dia das Mães -, as mães que nos assistem aqui neste
Plenário, as nossas queridas mães que nos assistem pelo Canal 16, da TVCâmara.
Então, é um momento em que a gente presta, com muito carinho, esta homenagem às
mães.
Mas eu vou ler aqui uma correspondência
que eu recebi, citando duas mães - só para vocês verem o que representa uma mãe
na vida dos nossos jovens - sofredoras. O Brasil é campeão da inversão de
valores. Por que não fazemos nada? Essa carta foi enviada de uma mãe para
outra, em São Paulo, após noticiário de TV, de mãe para mãe (Lê.): “Hoje vi o
seu enérgico protesto, diante das câmeras de televisão, contra a transferência
de seu filho, menor infrator, das dependências da Febem em São Paulo para outra
dependência da Febem no Interior do Estado. Vi se queixando da distância que
agora a separa de seu filho, das dificuldades e das despesas que passou a ter
para visitá-lo, bem como de outros inconvenientes decorrentes daquela
transferência. Vi também toda a cobertura que a mídia deu para o fato, assim
como vi que você, não só você, mas igualmente outras mães na mesma situação
contam com o apoio de outras comissões, pastorais, órgãos e entidades de defesa
de Direitos Humanos.
Eu também sou mãe e, assim, bem posso
compreender o seu protesto, quero com ele fazer coro, pois enorme é a distância
que me separa de meu filho. Trabalhando e ganhando pouco, idênticas são as
dificuldades e as despesas que tenho para visitá-lo com muito sacrifício, e só
posso fazê-lo aos domingos, porque labuto inclusive aos sábados para auxiliar
no sustento e educação do resto da família. Felizmente, conto com o meu
inseparável companheiro que desempenha para mim importante papel de amigo e
conselheiro espiritual. Se você ainda não sabe,” – quero que vocês prestem
atenção no que ela diz aqui – “sou a mãe daquele jovem que seu filho matou
estupidamente em um assalto à videolocadora, em que ele, meu filho, trabalhava
durante o dia para pagar os estudos à noite. No próximo domingo, quando você
estiver se abraçando, beijando e fazendo carícias no seu filho, eu estarei
visitando o meu e depositando flores no seu humilde túmulo em um cemitério da
periferia de São Paulo. Ah, ia me esquecendo: e também ganhando pouco e
sustentando a casa, pode ficar tranqüila – viu?! -, porque eu estarei pagando,
de novo, o colchão que o seu querido filho queimou lá, na última rebelião da
FEBEM”.
Então, vejam, minhas queridas mães, são
mães que sofrem, a mãe que perdeu o filho e a mãe que tem de visitar o filho
preso na FEBEM. Vejam, agora que está sendo discutida a redução da idade penal,
cito como exemplo a América do Norte, onde a idade penal, em alguns locais, é
de 6 a 18 anos e, em outros, de 11 a 12 anos. Na América do Sul, na Argentina,
a idade penal é de 16 anos; no Brasil, 18 anos; no Chile, 16 anos; na Colômbia,
18 anos; e no Peru, 18 anos.
Na Europa, há locais onde a idade penal é
de 8 anos, como, por exemplo, na Escócia. As leis também são rígidas no Oriente
Médio, na África do Sul e na Ásia.
Então, no Brasil, na Colômbia e no Peru a
responsabilidade penal é apenas aos 18 anos, mesmo que um menor tenha cometido
um crime.
Encerrando, quero parabenizar o nosso
Prefeito Municipal, pois ouvimos algumas críticas, mas, talvez, o Prefeito
trabalhe muito e a mídia dê pouca divulgação a esse trabalho; ao contrário de
outros prefeitos que trabalhavam menos, mas que a mídia divulgava muito mais.
“Prefeitura garante 533 vagas em 19 creches”. Parabéns, Prefeito Municipal!
Continue assim. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Adeli Sell está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ADELI SELL: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, cidadãos, cidadãs,
definitivamente, o Vale do Silício não vem a Porto Alegre - contraditoriamente
ao que nós vimos hoje -, apesar do esforço que é feito pela sociedade civil
através do Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia, do Centro Tecnológico da
PUC, do Tecnopuc, da UFRGS. Mas pergunto por que - afinal de contas, perguntar
não ofende -, foi realizada uma festança impressionante, na sexta-feira, na
Procempa? A uns 50 metros da Procempa, há um salão para fazer festas; as mães
devem ser prestigiadas, devem ser homenageadas, na Procempa, aqui, e em
qualquer lugar. Não só na véspera do Dia das Mães. Sempre.
Mas alugar três toldos, finíssimos;
empresa com garçons; mesas chiques; churrascada - quem pagou essa conta? Quem
pagou essa conta na Procempa? Eu quero saber também as respostas sobre aqueles
cargos que há na Procempa, de pessoas que são experts - Bill Gates
ficaria impressionado com a potência na área de Ciência e Tecnologia de alguns
CCs gordos que há na Procempa, que recebem 8, 9 mil reais -, sobre os quais
ninguém responde aos nossos Pedidos de Informações.
Não é só isso, eu pergunto também -
porque perguntar não ofende -: por que gastar três milhões e quinhentos mil
reais para comprar um projeto para a área da Saúde, se tudo o que foi feito na
Saúde, para internações, marcação de consulta, foi feito por técnicos da
Procempa, até hoje? Por que, agora, querem gastar três milhões e quinhentos mil
reais na Procempa? O povo quer saber!
O povo também quer saber algumas outras
questões. O Simers - que nunca foi aliado do PT, diga-se de passagem -, largou
uma notinha paga, hoje, na imprensa; e o Simers não quer, nada mais e nada
menos, Ver. Goulart, do que pedir ao Cremers que faça uma investigação no PACS
do PAM-3, pedindo a sua interdição. Sobre isso houve um debate aqui,
sexta-feira à tarde, na Comissão de Saúde, dirigida pelo Dr. Raul, juntamente
com a Comissão de Direitos Humanos, dirigida pelo ver. Comassetto. Mas eu não
fico só nisso; também nós queremos saber das estatísticas da EPTC, pois saiu na
imprensa que neste ano nós não temos grandes problemas com acidentes em Porto
Alegre, pois houve apenas 11 mortes. Que bom se fosse assim, porque pelas
contas que nós fizemos, nesses quatro meses, demonstraram 37 mortes. Afinal,
nós queremos saber: qual estatística está certa: aquela que é enviada para o
jornal ou aquela que a gente sabe pelos noticiários e que apareceram
anteriormente no próprio site da EPTC, como as contas que o Ver.
Guilherme mostrou aqui? Eles sabem fazer contas? Não! Não sabem aritmética.
Quando vão chegar na matemática? Não sei, mas do jeito que está, está muito
mal.
Nós também queremos saber por que a EPTC não
fiscaliza o Aeroporto Salgado Filho? Um dia sim, outro também, nós recebemos
denúncias da falta da EPTC, ou seja, a EPTC ausente disso tudo. Afinal de
contas, esta é a Administração que ia manter aquilo que estava bom e ia
melhorar aquilo que estava ruim? Os números que são apresentados no OP nós já
dissemos: são contraditórios, as contas não fecham. Nós continuaremos a
dialogar com a população de Porto Alegre, atentos aos seus problemas.
Não
bastassem esses graves problemas que eu expus aqui, que nunca são respondidos
por quem defende o Governo. Logo, começo a desconfiar - eu tenho direito de desconfiar,
tenho direito de perguntar -, e nós perseveraremos assim, até porque, na última
Sessão, às 16h45min, não havia quórum. Não porque não estivéssemos presentes
nós, da Bancada do PT; pelo contrário, estávamos aqui. E temos de votar um
Projeto importante para trazer dinheiro para Porto Alegre, porque o Lula vai
mandar o dinheiro. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta desta Casa, nobres Vereadoras,
Vereadores, público que nos acompanha pela TV Câmara. Vi algumas pérolas
maravilhosas aqui, ao chegar, e quero também comunicar, Srª Presidenta, que
estive num velório. Há vinte dias, um minuto de silêncio ao pai; hoje, o filho,
Júlio César Rodrigues - Conselheiro do Grêmio -, também veio a falecer. Acabei
de vir de lá.
Eu vim aqui falar em CCs, eu vim aqui falar numa série de coisas, falar
em saúde. Saúde com CPMF fazendo outras coisas... Não venham querer cobrar
saúde de ninguém, com a CPMF sendo agora acho que incorporada definitivamente.
E os CCs! Cada vez um Ministério a mais, e dá-lhe fabricar CCs,
contratar gente sem nomear aqueles que fizeram concursos públicos, que, nas
suas vagas, são preteridos.
Mas o que eu quero falar hoje, neste meu horário de Liderança, é a
respeito dos meus colegas de farda, das nossas Forças Armadas. O Exército está
muito bem, obrigado, participando do combate à dengue, combate que eu gostaria
que fosse como prevenção, e não por surto de dengue.
Se estivessem nesse inquérito, o mais certo
seria que eles estivessem afastados de suas funções, funções importantes,
importantíssimas, das quais resultam a segurança de um vôo de avião. Seria isso
o certo, mas, já que não podem afastá-los, acho que teriam ao menos que
resolver o problema dessa disparidade, que eu acho que depende somente de
vontade política para resolvê-la.
Enquanto isso não acontece, tenho certeza de
que esses heróis que estão lá, que incorreram em um erro, sim, por isso estão
no inquérito, vão responder pelo seu erro. Não queriam o motim, que é proibido
para nós, mas foram insuflados, foram acenadas promessas pelo Presidente da
República, que depois os abandonou. Pior ainda, vejam a consciência, vejam com
que comportamento esse soldado brasileiro tem que cumprir com a sua missão e
não pôr em risco as nossas viagens, as das nossas autoridades, dos
nossos homens de negócio e daqueles que fazem turismo neste Brasil.
Então, eu quero render uma homenagem toda especial a esses controladores
de vôo que, sob inquérito militar, estão lá, firmes, cumprindo com a sua
obrigação, com a maior confiabilidade que seus chefes e o Chefe Supremo, o
nosso Presidente Lula, deposita neles, mas não preocupado em resolver as suas
diferenças. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN (Requerimento): Srª Presidenta, solicito um minuto de silêncio pelo
falecimento do Sr. Júlio César Rodrigues, Conselheiro do Grêmio, que está sendo
velado, neste momento, no Salão Nobre do Grêmio.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Deferimos o pedido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, gostaria que os nossos Vereadores
manuseassem a página 14 do jornal Zero Hora, sobre A Doença dos Hospitais. Diz
o Editorial (Lê.): “’O grau de ineficiência dos hospitais públicos na
administração direta é dramático’, afirmou o Ministro da Saúde ao anunciar
projeto que, entre outras medidas, profissionalizará a gestão dessas instituições.
É evidente que não cabem generalizações. O que cumpre ao governo, seja no
comando do ministério, seja em cada um dos hospitais, seja no Conselho Nacional
da Saúde, é uma ação responsável de levantamento da situação desses hospitais e
das necessidades para torná-los eficientes, cumprindo os objetivos para os
quais foram criados. É fácil diagnosticar, por exemplo, que muitos desses
problemas têm origem num pecado que não é exclusivo dos hospitais públicos, mas
é comum a muitas das empresas, fundações e órgãos estatais: suas direções são
formadas a partir de indicações políticas. Sem critérios eminentemente
técnicos, essas instituições acabam comandadas por pessoas nem sempre
familiarizadas com as estruturas que assumem e, pior ainda, muitas vezes sem o
conhecimento técnico indispensável.” Isso é dito no editorial do jornal Zero
Hora, pelo Ministro da Saúde, José Temporão.
Nós gostaríamos de dizer que o Grupo
Hospitalar Conceição está às vésperas de uma mudança, depois de quatro anos em
que a cúpula foi ocupada por pessoas que nunca ouviram falar num hospital, que
nunca souberam quem foi Francisco Trein, que nunca tiveram qualquer atitude de
familiaridade com o Grupo Hospitalar Conceição. Foram pessoas que caíram de
pára-quedas direto na direção.
Este Vereador, que foi superintendente do
Grupo Hospitalar, com 30 anos de serviço na época, hoje, aos 40 anos de serviço
no Grupo Hospitalar Conceição, observa, mais uma vez, nos jornais, as
candidaturas dos próximos diretores, que nunca, Ver. Todeschini, nos últimos 30
anos, pisaram num hospital, que não sabem o que é um hospital, que nunca
ouviram falar em saúde e vão ser os próximos diretores do Grupo Hospitalar.
(Não revisado
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria
Celeste): Havendo quórum,
passamos à
Em votação o Requerimento s/n, de autoria
do Ver. Aldacir Oliboni, que requer o adiamento da discussão por duas Sessões
para o PLE nº 026/06, que altera a redação do inciso IV, da Lei nº 7.084, de 11
de junho de 1992, que condiciona a contratação de obras, projetos, serviços e
fornecimentos ao Município de Porto Alegre à apresentação dos documentos que
arrola, e revoga a Lei nº 8.874, de 8 de janeiro de 2002. Com Emenda nº 01.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação o
Requerimento, acordado entre Mesa e Lideranças, para apreciação das seguintes
matérias constantes na Ordem do Dia: em primeiro lugar, o
PLE nº 009/07; logo após o PLL nº 094/05 e o PLL nº 259/06. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1851/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 009/07, que altera a redação
da ementa, do artigo 1º e seu parágrafo único da Lei nº 9.952, de 04 de abril
de 2006, que autoriza o Poder Executivo a contratar operação de crédito com a
Caixa Econômica Federal e dá outras providências.
Parecer
Conjunto:
- da CCJ, CEFOR, CUTHAB, CEDECONDH e COSMAM. Relator
Ver. Bernardino Vendruscolo: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 10-05-07.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em
discussão o PLE nº 009/07. (Pausa.) O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra
para discutir o PLE nº 009/07.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público
presente, em especial os moradores e lideranças do bairro Cristal e assistência
geral desta Sessão, o Projeto Integrado Socioambiental é um Projeto que foi
apresentado já no Senado, pedindo autorização para contratação em dezembro de
2000. E justamente como o nome diz - Projeto Integrado Socioambiental -, ele
previa ações ambientais e sociais muito contundentes. A parte ambiental com o
tratamento dos esgotos, a retirada dos esgotos do Guaíba, a elevação de 27%
para 77%, ou seja, ampliar em 50%, no geral da Cidade, o potencial de
tratamento de esgotos; ações ambientais também com implantações de parques, com
a preservação do arroio do Salso, com a implantação do Parque Natural do arroio
do Salso, mais o Parque do arroio Cavalhada, mais uma reserva no Morro São
Pedro. E a parte social com a construção de 1.650 casas, sendo 1.400 no bairro
Cavalhada e 250 na Vila dos Sargentos. O Projeto totaliza uma demanda de 345
milhões de reais.
De início, foi
tentado por nós a fonte do JBIC, banco japonês, como um banco financiador; no
entanto, depois de transcorridos alguns meses, demonstrou-se completamente
inviável, não pelas condições, mas porque o Japão não estava em condições de
emprestar dinheiro para ninguém, ao contrário, estava buscando empréstimos
também. Então, dirigiu-se, à época, à alternativa do BID, porque os
financiamentos internos, no Brasil, estavam fora de cogitação, não havia
financiamento da Caixa, nem do BNDES. No entanto, trabalhou-se com a figura de
compor um mosaico de agentes financiadores envolvendo BID, BNDES, Caixa
Econômica e recursos do próprio DMAE. A ação deveria andar pari passu para
que as ações integradas socioambientais pudessem acontecer, ou seja, ao mesmo
tempo em que se produzissem as condições para a despoluição do Guaíba, por meio
da retirada do tratamento dos esgotos, andaria também pari passu a
relocalização dos moradores que sofrem com as inundações em áreas de risco no
arroio Cavalhada e na Vila dos Sargentos. Tanto que eu estive lá no dias 3 e 4
de janeiro, deste ano, e participei do drama de todas as pessoas que sofreram
alagamentos pela enchente, e isso se repete cada vez que dá um temporal mais
forte. Portanto, uma ação precedente, emergencial.
No entanto,
nós recebemos aqui autorização para contratação de 133 milhões da Caixa
Econômica Federal, do Programa Saneamento para Todos, para as obras, única e
exclusivamente, de saneamento, coleta e tratamento de esgotos que, com a
contrapartida da Prefeitura, eleva para 187 milhões o total do Programa dessa
parte.
No entanto, a
parte ambiental e social principalmente, não só não está contemplada e não tem
prioridade nenhuma, como aquilo que foi dito pelo Governo até o momento, que as
famílias seriam reassentadas ali, veio o desmentido aqui na Carta Consulta, que
se chama Programa Integrado Socioambiental - Carta Consulta Revisada, abril de
2007, desdizendo. Vejam, só, aqui na página 63, da Carta Consulta Revisada,
inclusive, por pedido oficial do Ver. Comassetto,foi enviada para cá a Carta
Consulta Revisada – não é, Vereador? –, e não o Projeto.
E vejam o que
diz aqui. Peço que a comunidade do Cristal fique muito atenta, porque aquilo
que lhes é dito não corresponde ao que está escrito. É aqui que eu venho
denunciar e é aqui o nosso protesto, porque este Projeto foi todo desenvolvido,
negociado e pactuado com vocês, no sentido de que vocês ficariam reassentados
numa distância de até um quilômetro de onde vocês habitam atualmente. Isso
porque vocês têm as atividades econômicas, têm os empregos, vocês têm a escola,
os familiares, e porque vocês têm uma vida e uma história toda aí. E vejam o
que está escrito...
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Um minuto, por favor, Ver. Todeschini.
O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para discutir o PLE nº 009/07, por cedência de
tempo do Ver. Aldacir Oliboni, e com a concordância do Ver. Carlos Comassetto,
que está inscrito logo em seguida.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Obrigado, Srª Presidenta; obrigado, Ver. Aldacir
Oliboni, pela cedência do tempo. E vejam só o que está escrito no resumo, na
pág. 63 (Lê.): “Com relação aos reassentamentos, foi considerada a
possibilidade de realizar uma intervenção que mantivesse as populações
assentadas no mesmo local. Porém, esta possibilidade se mostrou praticamente
inviável, pelas razões já abordadas, notadamente no que se refere aos prazos,
em função da anterioridade, ou seja, há necessidade de que se façam os
reassentamentos antes das obras de infra-estrutura e drenagem. Assim, a Unidade
de Preparação do Projeto - UPP, juntamente com o DEMHAB, providenciou a
identificação de outras áreas, em locais mais apropriados para a execução dos
projetos de reassentamentos, localizados nos bairros Vila Nova e Restinga”.
Vejam aqui, pág. 63, da Carta Consulta Revisada enviada a esta Câmara, na
quarta-feira passada, pelo Executivo Municipal. Algo contrário em relação ao
que foi dito para vocês e aquilo que era dito, sistematicamente, para nós.
O Sr. Aldacir Oliboni:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver.
Carlos Todeschini, eu queria parabenizá-lo pela explicação, em si, do Projeto,
até por que a explanação que V. Exª está dando era uma proposta do nosso
Governo. Com a proposta do Governo atual, muda muito. Isso não quer dizer - e é
bom dizer para a comunidade - que nós não vamos votar a favor; nós vamos
votar a favor, mas queremos discutir as compensações, por exemplo, para onde
vão ser reassentadas essas famílias.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Pois é, este é um tema para o qual inclusive foi
solicitada uma Audiência Pública – pelo que eu sei – à Presidência, para que
possamos ter o direito de saber o que vai ser do futuro dessas pessoas, dessas
famílias, quanto aos reassentamentos, bem como do Projeto do Tratamento de
Esgoto, que foi modificado radicalmente, não é mais aquilo que foi desenvolvido
e, inclusive, licenciado, já é outra coisa.
O Sr. Dr. Goulart: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Carlos Todeschini,
a Carta Consulta foi uma só. A Caixa Econômica vai nos passar para o
saneamento, mas a parte social do BID já foi encaminhada também. Essa é uma
informação, ela não aconteceu ainda, mas já está encaminhada, porque a Caixa
não pode fazer a parte social, só o saneamento. Certo?
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Obrigado, Vereador. Eu quero, permita-me,
gentilmente, discordar, porque a Caixa pode fazer a parte social, sim, tanto é
que ela está fazendo para 2.500 famílias lá no Aeroporto, inclusive a fundo
perdido; está sendo utilizado todo o dinheiro da Caixa Econômica e do
Ministério das Cidades, a fundo perdido. Então, é possível, sim, bastando que
se escolha isso como prioridade. No entanto, me parece que há um mal-estar
muito grande em assumir essa discussão de reassentar esse povo - já que se
trata de um povo pobre, de baixa renda - ali no meio de uma zona que será
nobre, um lugar onde haverá obras estruturadoras, um shopping center, e onde os terrenos serão valorizados em mais de
40%. Então, talvez isso cause um mal-estar, um desconforto à elite que tem os
seus representantes aqui, bem como no centro do Governo. Áreas para o
reassentamento existem, Ver. Dr. Goulart. (Exibe documento.) Pelo projeto
original, havia 11 áreas destinadas, todas em processo de aquisição, com
projeto de desapropriação; inclusive a Administração Centralizada recebeu 7 milhões
de reais adiantados, por conta da aquisição dessas áreas. E, como se isso não
bastasse, há, ainda, as áreas de reserva técnica, e mais as áreas, com cerca de
50 mil metros quadrados, que, hoje, são destinadas aos estábulos de cavalos -
eu julgo que as pessoas ainda são mais importantes do que os cavalos. Portanto,
o Governo teria que ter coragem e dizer que há outra área onde as pessoas podem
ser reassentadas.
Em síntese, eu quero dizer que há uma
redução e uma desconfiguração do projeto, em que alguns empreiteiros são
beneficiados no tocante ao projeto das estações de tratamento de esgotos,
enquanto que os pobres estão destinados a serem jogados não na Vila Nova, mas,
talvez, no bairro Restinga, ou além do bairro Restinga. É contra isso que nós
vamos nos rebelar, e é por isso que nós solicitaremos uma Audiência Pública,
para que o Governo venha e assuma aquilo que escreveu, ou, então, ele que mude
o projeto, fazendo com que volte a valer o projeto original, pois, quando o
Prefeito concorreu, ele disse que o que era bom seria mantido e o que era ruim
seria modificado. Mas, ao contrário disso, o que nós estamos vendo é uma
punhalada nas costas do povo. Um abraço, e obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Carlos
Comassetto, momentaneamente, retira a sua inscrição.
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para discutir o PLE nº 009/07.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste;
colegas Vereadores e Vereadoras, especialmente a comunidade do Campos do
Cristal, do grande Cristal, que nos dão a honra de sua presença nesta Sessão,
inicialmente, eu queria dizer ao Ver. Todeschini que eles tiveram 16 anos para
fazer esse projeto e não o fizeram. Mas no final do Governo Verle, eu não tenho
memória curta, o Cidade Viva anunciava, contumazmente, que esse projeto já
estava concebido, e parecia que, daqui a duas semanas, teríamos a elevação do
tratamento do esgoto para 70%. E quando o Prefeito Fogaça assumiu o Governo –
inicialmente, começou com o Banco do Japão, depois foi para o BID –, o BID,
numa vinda aqui, disse que a Prefeitura estava inadimplente com as
contrapartidas da 3ª Perimetral, uma obra importante para a Cidade, mas que não
podiam continuar essas negociações, e foi suspenso então. E a Prefeitura só
pôde, depois de ter consertado as contas municipais, ou seja, fazer com que a
Prefeitura voltasse a ter superávit primário, permitir que a ação do BIB, vindo
a Porto Alegre, reacendesse essa questão.
Então, vamos dizer, especialmente à
comunidade do Cristal, que o projeto é em torno de 300 milhões no seu total.
Nós estamos aqui votando, hoje, o dinheiro do programa Saneamento para Todos,
do Ministério das Cidades ligado à Caixa Econômica Federal. O Ministério das
Cidades e a Caixa Econômica Federal não fazem programas integrados; ou ele faz
programa para saneamento, e o Ver. Todeschini é sabedor disso, ou faz para
habitação. Mas eu quero afirmar, com a responsabilidade que tenho, porque
conheço pessoalmente quase todos os senhores - Dona Jurema -, ao longo de uma
caminhada, que o Governo está aqui e vai dizer, através da sua Líder, que as
1.650 famílias do projeto vão ser reassentadas, sim: 1.400 no Cavalhada e 250
na Serraria, não com a dinheiro da Caixa Econômica Federal, mas
com o dinheiro do BID que está em negociação. Então, tem que dizer isso aqui,
porque senão fica o dito pelo não-dito, alhos por bugalhos.
Eu tenho dito e repetido: para nós, os
governos de um modo geral inauguram muitas obras e poucas pessoas; os governos
têm que inaugurar mais pessoas, não basta tratar o saneamento da cidade de
Porto Alegre, para uma boa parte da Cidade, mas deixar que as pessoas continuem
morando em área de risco, e hoje são sete mil pessoas nesta Cidade! E não é
coisa que vem de ontem, de anteontem, isso é histórico! Nós sabemos que as
cidades brasileiras cresceram desordenadamente, com a expulsão do campo, com o
Banco do Brasil que tomou a terra ou com tantos outros fatores, como a
concentração de renda. As cidades foram se formando de forma desordenada, e hoje
não há luz elétrica para todo o mundo. Vocês sabem que tem 30% desta Cidade em
que as ligações são irregulares? E o Ministério Público – permita-me, Srª
Presidenta - tem que ajudar a encontrar uma solução. Eu não posso ter uma vila
popular, que está com a luz e a água ligadas irregularmente há dez anos, e
dizer que não se pode botar luz! Isso está errado! Até porque a Constituição
assegura os serviços essenciais e a Lei Orgânica do Município também! Então,
quero dizer em alto e bom som: vamos discutir essa matéria, sim; vamos discutir
com profundidade, Ver. Todeschini! Mas não faça isso, a mentira tem perna
curta! Não fale isso! Vossa Excelência, aqui, jogando para a platéia, dizendo
que não vão assentar as famílias! Pois eu estou dizendo que vão assentar as
famílias, sim, senhor! Isso é compromisso, o senhor está discutindo uma parte,
está falando uma parte do processo! O senhor conhece, o senhor esteve lá, o
senhor foi Presidente do DMAE, o senhor teve todo o tempo para fazer!
Portanto, quero finalizar dizendo que eu
acho que esse é o tipo do Projeto que não terá voto contra, porque eu, na
oposição, nunca faltei a esta Casa, a esta Cidade. Eu me lembro da Taxa de
Iluminação Pública, que foi altamente desgastante, mas fui um dos Vereadores da
oposição que vieram aqui e votaram favorável, porque tinha uma conta de 60
milhões de reais com a CEEE, e eu não queria uma cidade escura. Agora, aqui,
nós estamos contratando, não é dinheiro de graça não, a Prefeitura vai pagar em
20 anos, como outras Prefeituras. Parabéns ao Governo Municipal que fez um
Projeto, que levou a Brasília, que submeteu a todos os regramentos do Governo
Federal. E agora a Câmara dá autorização para que se possa contratar o
empréstimo. Então, paro por aqui, Srª Presidenta, e tenho absoluta certeza de
que nós vamos produzir um bom debate, mas, acima de tudo, vamos aprovar por
unanimidade essa causa justíssima, que é saneamento para a nossa cidade de
Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra
para discutir o PLE nº 009/07.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Verª
Maria Celeste, Presidente desta Casa; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, moradores da região do
Cristal que aqui acompanham um tema do seu interesse, e que têm uma paciência inigualável;
eu quero, primeiro, registrar que a nossa Bancada deu presença na quinta-feira,
e a Bancada do Governo não deu presença para votar o Projeto – na quinta-feira
que passou. E nós já teríamos votado. Não completaram 19 votos! Se é tão
importante assim, se é compromisso, Ver. Sebastião Melo, do Governo, por que
não votaram na quinta-feira?
Nós estamos, há dois anos, brigando para
que o Socioambiental seja iniciado. É ou não é, Ver. Todeschini? Não deixaremos
de votar. Queremos é alertar e discutir com a sociedade, com a Cidade. A
discussão deste Projeto foi realizada em três anos, é um Projeto extremamente
complexo, com muitos estudos técnicos, mas com o maior respeito, e a discussão
- foram ouvidas as comunidades - que o nosso Governo fez foi ignorada; foi, com
o novo Governo, colocada fora. Estudos técnicos, muitas horas, portanto muitos
salários de funcionários foram dispensados, porque um novo Projeto foi
realizado, um novo Projeto de destinação e tratamento do esgoto, e, também,
traz novidades, sim, em relação ao reassentamento das famílias. Está muito
claro no documento, inclusive nesses termos (Lê.): “Com relação aos
assentamentos, foi considerada a possibilidade de realizar uma intervenção que
mantivesse a população no mesmo local, porém essa possibilidade se mostrou
praticamente inviável, pelas razões já abordadas”, etc. E aí procuraram novas
áreas, que são, sim, a Vila Nova e a Restinga. E nós já assistimos a isso em
Porto Alegre: uma resistência do povo da Vila Planetário para ficar aqui no Centro,
uma série de comunidades que lutaram pelo direito de morar onde construíram as
suas vidas, as suas relações de sobrevivência.
Nós trabalhamos três anos, e não foi à
toa, para construir alternativas para as comunidades implicadas no
Socioambiental. Onze áreas foram indicadas, todas têm processo de identificação
ou de compra, para que essas famílias fossem realocadas - e esse estudo, tenho
certeza, é de domínio do Governo Fogaça - no compromisso de manter as
comunidades até um quilômetro da sua atual moradia.
Também tínhamos a intenção - e há dois
anos discutimos com o Governo e tentamos encaminhar - de já iniciar o
Socioambiental, mesmo sem a sua plena aprovação, através do DMAE, com a
regularização da comunidade da Hípica, e com a construção da creche, que foi
uma construção difícil; duas conquistas de creches, duas comunidades, uma
creche maior, com espaço destinado para ela. O Governo Fogaça já poderia e já
deveria ter feito. Falta vontade política, porque há troca de área com o
Governo do Estado.
É verdade que nós aprovamos, no ano
passado, aqui, uma contrapartida para aquele terreno ali da Hípica ser
disponibilizado ao Estado. Mas como que o Governo Fogaça não consegue dialogar
com o Governo Estadual, com o mesmo conjunto de Partidos, para que a
disponibilização do terreno, de lá para cá, venha? Estamos fazendo pressão,
nós, que somos da oposição, porque o Governo não se movimenta para que o
Governo do Estado, os mesmos Partidos, cedam a área da antiga escola de
equitação, onde seria creche, para iniciar o Socioambiental - essa era a grande
projeção, e seria com recursos próprios.
Então, Ver. Sebastião Melo, há
providências que já deveriam ter sido tomadas. Tem que discutir, sim, essa
perda de tempo enorme de redesenho do projeto. Eu não vou nem discutir aqui se
o financiamento estava ou não estava, mas eu tenho absoluta certeza de que todo
o redesenho, além de desperdiçar o dinheiro público, atrasou o processo. E,
agora, coloca todas as comunidades em dúvida, ansiosas e sem perspectiva de
onde é que serão reassentadas.
E eu fecho dizendo que tem que duvidar,
sim, do que o Governo Fogaça está encaminhando, porque o que o Ver. Guilherme
já falou aqui sobre fazer um levantamento da prestação de contas que está sendo
feita em todas as reuniões do Orçamento Participativo, quando se fala que 3.273
casas foram entregues nesses dois anos. E nós vamos lá ver que, se abrirmos,
uma grande quantidade são PAR, Governo Federal, sendo 700 casas de passagem.
Nós nunca computamos, nas 16 mil casas que fizemos, uma casa de passagem que
fosse. Portanto, seriam 32 mil, no mínimo, se computássemos casas de
emergência, que são aqueles kits de tabuinhas, que são para uma
emergência, para um socorro. Então, se abrirmos a prestação de contas em
moradia, a gente vai ver que não é prioridade, não. Não chegam a 700 as casas
entregues pelo Governo Fogaça, em dois anos, em projetos por nós desenvolvidos.
Tenho todo o estudo aqui.
Então, nós temos que fazer um debate que
não foi feito com as comunidades implicadas pelo Socioambiental, o qual deve
ser feito para que, de fato, junto com o critério técnico, a necessidade e o
direito do cidadão sejam garantidos.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria
Celeste): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 009/07, por cedência de tempo do Ver. Marcelo Danéris.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; colegas
Vereadores, Vereadoras, senhores e senhoras que nos dão a honra de suas
presenças para acompanhar aqui este debate, quero falar sobre esse tema do
Programa Integrado Socioambiental, como Engenheiro do Planejamento Ambiental
que sou, como morador da Região, como Conselheiro do Plano Diretor, pois
acompanhei essa discussão, pela comunidade, até o final de 2004, lá na Região,
e participei de todos os debates.
Trago aqui algumas
informações: primeiro, que, Ver. Sebastião Melo e demais colegas Vereadores, a
nossa Bancada, em momento nenhum, falou que é contrária ao Projeto, ou que vai
deixar de autorizar que o Município receba ou contrate os 133 milhões de reais
do Programa Nacional de Saneamento para Todos - Programa este do Governo
Federal, que está estendendo e precisa da responsabilidade dos Municípios.
A discussão aqui é outra:
a discussão aqui é que nós defendemos o princípio da continuidade
administrativa, e aí eu quero trazer alguns elementos para esta discussão.
Nós podemos analisar o
Projeto. O que é analisar o Projeto? Eu fiz um pedido oficial ao DMAE para que
nos mandasse o Projeto para que nós pudéssemos analisá-lo, e, na verdade, o que
nós recebemos não foi o Projeto, foi a Carta Consulta Revisada, encaminhada
para a aquisição.
O que é Projeto? O
Projeto é o mapa de onde vai ser abrangido o saneamento, onde vão ser feitas as
bacias, o que abrange, o que não abrange, onde está reassentado, onde não está.
E a comunidade aprendeu a discutir isso, porque, como tema do Orçamento
Participativo e do Planejamento Participativo, o debate tem que ser feito em
cima de projetos, e como o Projeto foi refeito, essa etapa não foi realizada.
Portanto, nós não podemos deixar passar esse momento de defender, sim, o
saneamento básico, de elevar, sim, para 77% ou 100%, se pudermos, mas nós
queremos discutir tintim por tintim o Projeto.
Bom, eu não pude analisar os mapas, a não ser um mapa que a comunidade me
entregou, que recebeu lá na região, que diz respeito,
exclusivamente, à Restinga, e eu vou falar sobre isto. (Mostra o mapa.) Quero
dizer que participei, lá, como comunidade, e aí, convergindo e divergindo,
inclusive com o Governo da Frente Popular, que estava lá, e com o próprio Ver.
Todeschini - que coordenava. Porque no tema ambiental do saneamento, todos nós
queremos sanear 100% da Cidade e queremos ter qualidade. Mas tem o tema Social
e o tema das Políticas Ambientais Complementares. Qual é o tema Social central?
Reassentamento. O que tinha sido acordado no Projeto, até então? Estou falando
de continuidade administrativa. Tinha sido acordado que as 1.650 famílias
seriam reassentadas num raio de mil metros, num local próximo aos seus locais
de moradia. Isto está aqui na Carta Consulta Revisada que foi enviada, agora,
para a Caixa Econômica Federal e para as demais instituições. Reassentamento
populacional – o que diz aqui? (Lê.) “Analisando a situação configurada na área
de influência do Arroio Cavalhada, localizada lá na Rua Diário de Notícias e
Av. Cavalhada, bem como a situação da Vila do Sargento, pode-se concluir que a
solução dos problemas sociais e urbanos do local passa necessariamente pelo
reassentamento das 1.650 famílias que habitam as margens daquele trecho do
arroio Cavalhada e daquela Vila, bem como pela realização de obras de drenagem
do mesmo em sistema de canal aberto permitido à urbanização formal e
recuperação ambiental e proteção contra as normas de ocupação do entorno.” Isto
estava no Projeto original. E aqui está o mapa do Projeto original que foi
discutido com as comunidades, quando foi acordado onde seria reassentada cada
uma dessas 1.650 famílias. O que o Governo apresenta neste documento aqui, sem
discutir com as comunidades, sem discutir conosco, sem discutir com a Cidade?
“Segundo diretrizes do Plano Diretor, o bairro próximo seria o bairro Cristal e
adjacências, situados na área de ocupação designada. Blá-blá-blá... Porém,
estudos realizados pelo DEMHAB apontam reduzido número de terrenos vazios,
cujas dimensões, raramente, superam cinco mil metros da área”.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Sendo que, para manter a população o mais
próximo possível dos locais a serem liberados, o DEMHAB identificou áreas
próprias do Município, próximas aos pontos de intervenção do programa com as
situadas no bairro Vila Nova e no bairro
Restinga. Desculpem-me, mas a Restinga fica a 30 quilômetros do arroio
Cavalhada e do bairro Cristal, portanto é essa a discussão que nós queremos
fazer, fraternalmente, para verificarmos se está correta essa nova proposta do
Governo no momento em que estamos defendendo, sim, que venham os recursos do
Governo Federal.
Saímos do
arroio Cavalhada e vamos para a Restinga - que será uma das estações de
tratamento, ou uma das regiões. O mapa que a coletividade me trouxe, porque nós
discutimos isso diariamente lá, traz todas as redes que serão instaladas na
Restinga. (Mostra o mapa.) Eu gostaria que os Vereadores conhecessem este e os
demais mapas; nenhum dos Vereadores os conhecem. Por quê? Porque...
(Aparte
anti-regimental da Verª Clênia Maranhão.)
O SR. CARLOS COMASSETTO: Não, Drª Clênia, nenhum Vereador conhece porque os mapas não foram
enviados a esta Casa. Se alguém conhece, eu tenho o direito de conhecer; eu sou
um Vereador igual à senhora, igual a qualquer um dos outros. Então...
(Aparte
anti-regimental do Ver. Haroldo de Souza.)
O SR. CARLOS COMASSETTO: Não, não é isso, Ver. Haroldo. Eu quero dizer o seguinte: por este mapa
aqui, o saneamento que está sendo proposto é para mais ou menos 30% da
população da Restinga. Aqui não está incluído o Barro Vermelho, aqui não está a
5ª Unidade, aqui não estão as novas propostas de reassentamento, aqui não está
a Rua Ignês Fagundes. E isso existe ou não existe como comunidade? É esse o
debate que nós temos que fazer aqui, fraternalmente, para dizer se há
concordância de que não é para toda a Restinga, mas para uma parte; assim como
está sendo colocado isso para a Cavalhada, para o Cristal e para os demais. Eu
acho que este é um momento rico. Se nós vamos revisar o Plano Diretor, por que
não incluir aquelas áreas que não estão incluídas dentro desse potencial e já
apresentarmos e verificarmos a proposta, Vereadores, da primeira, segunda etapa
do próprio Projeto para poder trabalhar isso numa dimensão que venha realmente
a solucionar o problema do saneamento básico? Da maneira como está proposto, no
caso específico deste mapa, que foi a comunidade que me deu - pode inclusive
ter equívoco, mas a cópia é da Prefeitura -, porque eu não recebi os mapas
oficiais da Prefeitura para poder analisar e contribuir aqui com a discussão...
Portanto, se o que está sendo proposto neste momento, com redes... Ver.
Sebastião, está à sua disposição para analisar em conjunto, porque o senhor tem
feito vários debates comigo lá na Região sobre a regularização fundiária, o
saneamento. Nós precisamos avançar nessa política. O que eu estou dizendo aqui
é que a proposta apresentada nos estudos, se eles são os mesmos ou são novos, é
insuficiente para trabalhar a qualidade ambiental que desejamos. E, para
concluir a minha fala: nós discutimos e deliberamos,
inclusive, que deveria haver um conjunto de contrapartidas além das sociais e
ambientais. E, sobre as ambientais, eu tenho certeza absoluta, porque discuti
junto com a comunidade, e nós propusemos que parte dos recursos fossem
destinados à preservação do Morro São Pedro, mais precisamente para a
construção do Parque Morro São Pedro, gravando 250 hectares, que seriam
desapropriados como parque de preservação dos primatas, que ainda existem em
Porto Alegre. Todos dizem que os macacos são um patrimônio, mas, na hora de
trabalharmos a contrapartida, isso sumiu da proposta, pelo menos da Carta
Consulta Revisada aqui apresentada e também do Parque Linear do Arroio do
Salso, que está gravado.
Eu identifico esses pontos todos como
insuficiência, pelo menos na proposta que foi apresentada. Talvez existam esses
estudos, mas eles ainda não são do nosso conhecimento. Talvez a informação na
sua totalidade chegue, ou talvez seja assumido um compromisso, nessa votação,
de que esses estudos venham à Casa, para que o debate possa ser feito, detalhe
por detalhe, com os Vereadores e com a comunidade. O que está sendo dito aqui,
Ver. Todeschini - aí sim, falo tanto para o senhor quanto para a base do
Governo, e o senhor coordenou na Administração anterior o Projeto... Bom, se é
para haver continuidade administrativa, tem que valer aquilo que foi decidido e
discutido. Mas o que está sendo dito aqui é que o que foi decidido e discutido
com a comunidade em termos de estratégia, em termos de reassentamento não vale
mais, e que a comunidade do Cristal vai para a Restinga e/ou Vila Nova. E na
Restinga não há a totalidade da proposta para realizar o saneamento.
Portanto, venho aqui trazer esta
discussão e quero aprofundá-la, porque temos que saber, sim, e cobrar no
sentido de que esse dinheiro seja muito bem aplicado, porque é dinheiro público
com contrapartida do Município. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra
para discutir o PLE n° 009/07.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Srª Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nós
estamos neste momento na Câmara Municipal de Porto Alegre discutindo um Projeto
de Lei que veio da Prefeitura de Porto Alegre autorizando o Executivo a
contratar operação de crédito com a Caixa Econômica Federal. Quero dizer aos
senhores e às senhoras presentes que, infelizmente, para nossa surpresa, a
Bancada da oposição, na semana passada, votou contra o Relatório que permitiu
esta votação no dia de hoje, votou contra! Se dependesse das senhoras e senhores
da Bancada de oposição, infelizmente, nós não teríamos condições de votar este
Projeto hoje. Eu acredito que hoje - até porque a imprensa já registrou esse
absurdo, e a comunidade está presente - terão um comportamento um pouquinho
mais republicano e mais em defesa de Porto Alegre.
O Ver. Comassetto fez um comentário, que
não estou entendendo, sobre uns mapas da Restinga; um Projeto de Lei que nós já
aprovamos nesta Casa, já saiu edital, e já teve licitação! Quer dizer, eu não
sei por que mostrar um pedaço de papel de uma coisa que todos nós já
conhecemos. Se V. Exª não conheceu, não votou e não estava aqui, é um problema
seu, da sua agenda; não nos bote nessa história, nós temos acompanhado e
conhecemos muito as comunidades desta Cidade!
A segunda questão, não poderia de deixar
de falar para a Verª Sofia Cavedon, que falou em creches, se nos 16 anos do seu
Governo, em que por um período a Vereadora foi Secretária da Educação,
construiu zero creches. Aquelas creches do Município são todas originárias da LBA,
da antiga Legião Brasileira de Assistência. E só nesta semana a Prefeitura já
fez um convênio para 19 novas creches, com 532 vagas. Então, vamos ter um
pouquinho de limite nas coisas que se diz aqui! Vamos ver quem não construiu
ainda uma creche? Só nesta semana estamos comemorando 533 vagas - quem pode
reclamar de quem?
Também quero dizer que há um livro
circulando, que foi enviando pelo Dr. Presser, do DMAE, onde há uma cópia
detalhada do documento, com fotos, explicações, em 116 páginas! São 116 páginas
de explicações, item por item, com cobertura fotográfica para todos os
Vereadores e Vereadoras; isso foi distribuído para os Vereadores. Quer dizer,
se realmente o Vereador não leu, então, o que a gente pode fazer se os
Vereadores em vez de ler, não lêem? Aí realmente ficam desconhecendo as coisas
na hora de votar e atrasando os processos de votação.
Queria, inclusive, dizer que é incrível
como há gente que tem problema de memória; ficou 16 anos sem cumprir uma
proposta na área do saneamento da Cidade, não fez um Projeto Socioambiental e,
agora, quando nós estamos garantindo a aplicação de uma vinda de recursos para
a Cidade, começa a obstaculizar o processo. Vereador, vamos ter um pouquinho
mais de compromisso público com esta Cidade.
Eu queria, inclusive, dizer que nós temos
um prazo, e os Vereadores sabem disso, até o dia 25, para que a Prefeitura de
Porto Alegre encaminhe para Brasília, para o Ministério das Cidades, toda a
documentação referente a esse financiamento. Então, quero alertar para isso: se
essa documentação não chegar lá até essa data, é porque os Vereadores não
cumpriram com a sua responsabilidade! E não venham transferir responsabilidade
para outras pessoas, como alguns Vereadores que me antecederam aqui colocaram.
Eu queria ainda dizer, para quem não
conhece, a fundo, o Projeto Socioambiental, de que ele era falado em 2003,
quando das eleições, que aparecia no programa Cidade Viva. Foi aquele Projeto
muito usado no processo eleitoral, mas que foi um Socioambiental-papel, papel!
Porque a Prefeitura estava deficitária, na campanha falavam, gritavam para
ganhar voto, mas não existia nada! Foi preciso uma renegociação da Prefeitura
de Porto Alegre, através da gestão de José Fogaça, que foi até a Washington, no
Banco Mundial, para refazer esse Projeto e, pela credibilidade e seriedade
deste Governo com a coisa pública, conseguirá fazer com que Porto Alegre tenha
um Projeto Socioambiental. Será um Projeto que vai beneficiar uma população de
aproximadamente 800 mil pessoas; fora as bacias dos arroios Tamandaré, Dilúvio,
Cavalhada e mais 39 bairros da Cidade serão atendidos por esse Projeto. O
equilíbrio das nossas contas públicas - que alguns Vereadores não gostam - foi
o que possibilitou esse financiamento, porque nós temos de equilibrar as contas
para fazer coisas para aqueles que mais precisam.
Agora, vamos à outra tergiversação a
respeito de habitação ou não-habitação. É evidente que o que nós estamos
discutindo aqui, hoje, é um Projeto que vai tratar da questão do saneamento.
Mas é evidente, também, que a questão da habitação popular está presente nesse
Projeto, todo mundo sabe disso. O Socioambiental é um Projeto que vem para
solucionar os problemas ambientais causados pelo lançamento de esgoto no lago
Guaíba. Ele é um Projeto que vai permitir o aumento de 27% para 77% da
capacitação dos esgotos para nossa Cidade. E lembram também nas campanhas, que
diziam que Porto Alegre não tem problemas na questão de esgoto? Então, agora o
diagnóstico do DMAE mostra que, efetivamente, hoje, apenas, 27% dos esgotos são
tratados e que, com o novo Projeto, vai chegar a 77%.
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): Verª Clênia, o seu tempo está encerrado.
O Ver. Alceu Brasinha se inscreve para discutir e cede seu tempo a Vossa
Excelência.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Agradeço ao Ver. Brasinha, darei continuidade,
falando, então, um pouco mais daquilo que significa o Projeto Socioambiental,
que tem uma história.
Em 2002, surge a hipótese, já foi
colocado aqui, mas foi preciso uma gestão competente e que permitisse as negociações
para que, enfim, a população de Porto Alegre tivesse acesso aos benefícios do
Socioambiental, que vai, inclusive, permitir um programa com saneamento,
beneficiando, aproximadamente, 800 mil habitantes, trabalhando a bacia dos
arroios Tamandaré, Dilúvio, Cavalhada, Salso; trabalhando o sistema da Ponta da
Cadeia, da Cavalhada, do bairro Restinga.
É esse Projeto Socioambiental que vai
trabalhar, inclusive, as possibilidades de uma habitação popular para aquelas
pessoas que vivem em área de risco.
Porque não posso achar que nenhum
Vereador, em sã consciência, para fazer debate político, possa defender que uma
população fique numa área de risco, pondo em risco a vida de adultos e
crianças.
Essa renegociação permitiu que
trabalhássemos o Projeto em duas hipóteses: primeira, trabalhando a questão do
saneamento, do esgoto cloacal; depois, trabalhando toda a questão das
drenagens, da urbanização, das vias e da gestão ambiental.
Portanto, é um Projeto que muda a feição
da Cidade, mas não muda a feição da Cidade para os bairros ricos, para aqueles
que já estão com as suas casas, com a infra-estrutura resolvida. Não.
É um Projeto que trata efetivamente do
saneamento, da coleta, da condução e do tratamento dos esgotos para aqueles
bairros onde isso ainda não foi resolvido, ou para os bairros ou algumas
regiões que ainda convivem com esses problemas.
O Projeto de Lei que estamos tratando,
neste momento, trata, inclusive, da área do Centro, da área Sul da Cidade, e
trata da questão das estações de tratamento.
Queria lembrar aos Srs. Vereadores, às
Sras. Vereadoras que todas as negociações com a comunidade estão sendo feitas
diretamente pelo CAR da Prefeitura.
Essa questão do Socioambiental foi
discutida e apresentada na primeira rodagem feita, com a presença do Prefeito
José Fogaça inclusive, no bairro Cristal.
O Ver. Todeschini hoje fez um discurso
sobre isso. Ficou no DMAE não sei quantos anos, fez um Socioambiental-papel, e
foi uma lástima, Vereador.
Agora, V. Exª tem de comemorar que uma nova gestão, que saneou este
Governo, que abriu o diálogo, permitirá que a sociedade porto-alegrense, que
aqueles que mais precisam tenham saneamento básico e educação. Vossa Excelência
deve guardar a sua mágoa. Guarde a sua mágoa, e não atrapalhe um processo de
crescimento e saneamento da Cidade em prol da população, que está precisando
muito dessas novas medidas. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLE nº 009/07.
O SR. ADELI SELL: Cara
Presidenta, Vereadores, Vereadoras, cidadãos e cidadãs, comunidade do bairro
Cristal; é impressionante! Há um Secretário que eu já disse aqui que descobriu
o meio ambiente! Cuidado quando falar em meio ambiente: há direito autoral, ele
se acha dono do meio ambiente. Agora, Ver. Todeschini, V. Exª tome cuidado, há
gente que vai lhe cobrar direito autoral por falar em saneamento básico também.
Cuidado!
Eu quero, com
toda a tranqüilidade, dizer que infelizmente não conheço toda Porto Alegre, e
isso é muito grave. Eu não conheço, mas tenho a humildade de reconhecer, mas
também tenho feito um esforço muito grande, Verª Margarete Moraes, de subir
morro, descer morro, de nos finais de semana ir para as vilas, de noite, faça
sol, faça chuva, estar presente com as comunidades, conversando, principalmente
ouvindo.
O problema é
que tem gente que não sabe ouvir, não sabe dialogar, não entendeu ainda que um
Parlamento tem situação e oposição; que, às vezes, se ganha uma eleição, e,
outras vezes, se perde uma eleição - isso faz parte da democracia.
Nós queremos
ter a tranqüilidade de saber para onde vão as pessoas, onde elas vão morar e
como vão morar. Se este Governo nos apresenta 700 casas de passagem como
habitação popular, eu tremo nas bases! Eu fico desconfiado, porque eu já achava
um escândalo – um escândalo – as casinhas que o meu Governo fez no Timbaúva. Eu
achava que aquilo era ruim, eu não me sentia bem, achava que tinha que
melhorar, tanto que, quando nós começamos com o Entrada da Cidade, eu vi com
muita satisfação que nós tínhamos boas habitações, que nós tínhamos conseguido
melhorar. Agora, convenhamos, botar numa lista 700 casas de passagem como
habitação popular... Eu fico com medo de que as pessoas venham a ser retiradas
do Cristal, de outras vilas, venham a ser colocadas para além da periferia, em
casas de 2 metros por 3 metros, e que isso vá ser considerado habitação
popular. Isso nós já discutimos hoje no início da tarde, o Ver. Guilherme
Barbosa informou inclusive os números, a soma errada.
É um Governo
que erra na Aritmética sistematicamente, que um dia diz na imprensa que teve
investimentos de 78 milhões, outro dia diz que são 82 e, no OP, que são cento e
poucos. Gente que erra na Aritmética - coisa que é de Primário! Porque, na
minha época, era Ensino Primário; agora é Ensino Fundamental, mas se nem no
Fundamental as pessoas erram... É brincadeira, entendeu? Eu tenho de ficar com
medo, porque, na essência, quando nós temos de partir para a solução, aí a
coisa pode ser muito pior.
Mas vamos
entrar mais detalhadamente na questão do Socioambiental. Esse é um Projeto cujo
financiamento é do Governo Federal. Há dias, a imprensa falava que a Câmara
estavam trancando um Projeto, porque havia problemas com os computadores nos
telecentros. Nós pedimos urgência, conseguimos fazer Reunião em conjunto e
votar. Agora, mais uma vez, nós dizemos que sim; não houve uma vez sequer em
que a Liderança do PT não tenha dado concordância para votar todos os projetos
de dinheiro, que envolvesse financiamento, a que não houvesse dado urgência
urgentíssima! Quem não manteve o quórum aqui na semana passada? Uma
quinta-feira, 16h45min, uma vergonha para Porto Alegre. Nós estávamos aqui!
Agora, os
Vereadores que a Verª Clênia diz liderar não deram os votos necessários para
termos 19 para votar, e fica brava, grita, nos xinga... Não é com xingamento
que nós vamos resolver a questão! É com ação prática, com ação cotidiana, como
nós estamos fazendo agora. Nós não vamos impedir nenhum financiamento. Agora,
nós queremos aqui marcar para saber onde vai passar o Conduto.
Se a Verª
Margarete puder se inscrever e ceder-me seu tempo...
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLE nº 009/07, por
cedência de tempo da Verª Margarete Moraes.
O SR. ADELI SEII: Eu falo aqui,
porque fico desconfiado: no Conduto Forçado da Álvaro Chaves, só em uma rua, há
três casas, três frontes trincadas, com graves problemas de rachaduras, e até
agora, apesar de um dossiê que fiz e larguei na mesa do Prefeito, não há nenhum
retorno. Qual o compromisso que tem esta Administração tem, que disse que ia
fazer mais e melhor? Que ia manter o que estava bom e ia melhorar as outras
coisas uma barbaridade? Não responde! Há problemas no Conduto Forçado da Rua
Álvaro Chaves que, segundo a Vereadora, é de elite. Mas, se aquelas pessoas que
estão lá, que têm acesso aos meios de comunicação, não são ouvidas, será ouvido
o povo da periferia, que tem mais dificuldades, que tem mais problemas? É isso
que nós queremos saber.
Então, colegas
Vereadores e Vereadoras, não será nossa Bancada que vai impedir que o dinheiro
venha. Até, para começar, vamos esclarecer: a Administração Popular, ao longo
dos anos, conseguiu muitos financiamentos importantes e honrou todos os
compromissos. Inclusive agora, no dia 27 de março, saiu uma pesquisa, um dado
de uma instituição internacional que colocava Porto Alegre na classificação
“A”, como uma cidade cumpridora dos seus deveres com os financiamentos
internacionais. Isso não aconteceu agora, vinha acontecendo! Havia déficit? O
Prefeito Verle, com toda a honestidade, colocou o déficit que havia, explicou
as razões.
Hoje, o que
estamos vendo? O dinheiro é gasto facilmente. Pagam-se horas extras para CC;
engorda-se ganho de CC; pagam-se consultorias milionárias.
Eu levantei
aqui antes uma questão importante sobre gastos de 3 milhões e 500 mil reais da
Procempa na compra de um programa de gestão da Saúde, quando o pessoal da
Procempa sabe fazer esse negócio. É um pessoal altamente qualificado, pago por
nós.
E os gastos
que são feitos? Esses dias, foi feito um pagamento de 22 mil e 500 reais na
Secretaria de Juventude para um sujeito cuja especialidade é meio ambiente, e
não juventude.
Então nós
temos o direito de desconfiar, temos o direito de vir aqui defender o povo
pobre da periferia. Temos o direito, mas não só o direito: temos o dever de vir
aqui, de fiscalizar. O papel nosso, de oposição, é essencialmente de
fiscalização. Então, Ver. Nedel, nós não estamos atrapalhando, quem se
atrapalhou, na semana passada, foi a base do Governo, nós estamos aqui e vamos
votar. Obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação a prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por 31
Vereadores presentes.
O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra para discutir o PLE nº 009/07.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, nós não temos dúvida e nem poderíamos
admitir pudesse a Bancada do PT votar contra esta matéria. A questão não está
posta nesse terreno, a questão está posta no terreno do debate, no qual ficou
evidenciada a falta de clareza, a falta de verdade na discussão sustentada pela
Bancada do PT. Por isso se faz de bom esclarecimento, principalmente aos
moradores que vêm das suas comunidades assistir aos debates da Casa e levar
verdades, levar informações corretas. Por que este Projeto vem de 2000? Por que
ele não prosseguiu? Exatamente uma das características da Administração dos 16
anos do PT foi gerar demandas e reprimi-las. Gerava as demandas e as reprimia.
Está aí o Orçamento Participativo com 600 demandas inexeqüíveis. Governos,
Governos passarão, passará o atual Governo, virá a reeleição, enfim, etc. e
tal, precisamos 10 anos para adimplir as obras votadas, discutidas no
denominado Orçamento Participativo. Mas aqui o que se está debatendo? Está-se
debatendo uma solicitação do Executivo, para que tenha autorizado um empréstimo
perante a Caixa Econômica Federal, que é exatamente o Projeto de Lei do
Executivo nº 009/07. Eu dizia, quando esteve aqui o Secretário da Fazenda, que
o Partido dos Trabalhadores, o Governo Municipal, estava no “SPC dos organismos
financeiros nacionais e internacionais”, porque tinha perdido a capacidade de
endividar-se, conseqüentemente de ter empréstimos. Em 2002, em 2003, em 2004, a
Prefeitura Municipal apresentava um déficit primário e, conseqüentemente, não
tinha, por parte dos organismos financiadores, recebido as partidas dos
financiamentos. A atual Administração readquire a capacidade de endividamento
da Prefeitura para continuar financiamentos nacionais e internacionais. A
questão do reassentamento é BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento -, e
o que se discute é saneamento. Portanto, sem capacidade de endividamento, houve
esse atraso, e só agora começa andar o referido Projeto. Então essa é a
verdade, essa é toda a verdade! Reassentamento é do BID, já com encaminhamentos
bem adiantados e com perspectivas indiscutíveis de se readquirir o
financiamento para os reassentamentos; e a questão do saneamento básico,
que é fundamental, isso é saúde, isso é vida, é salvar-se um rio, inclusive, um
conjunto de medidas de infra-estrutura sanitárias que vão se adotar. Então essa
é toda a verdade, essa é toda e absoluta verdade, o Município sem capacidade,
isso aqui é uma demanda reprimida, vejam bem, porque a Prefeitura era sem
capacidade de se endividar. O Prefeito Fogaça pagou a primeira parcela da
Perimetral. A primeira parcela da Perimetral não foi paga porque a Prefeitura
não tinha condições, estava endividada, estava no “SPC dos organismos
financeiros nacionais e internacionais”. Portanto fica esta manifestação não
quanto à questão de votar ou não votar, porque seria o maior absurdo não votar isso
aqui, seria um absurdo, vamos dizer assim, inominado. Portanto fica a nossa
manifestação só para o esclarecimento no que se refere ao debate. Muito
obrigado.
A operação de crédito que ora se propõe
destina-se, conforme tomamos conhecimento através da Carta Consulta Revisada
enviada ao BID, somente às obras de coleta e tratamento de esgotos.
Identificamos assim uma drástica redução e descaracterização do Projeto
Socioambiental, pois toda a parte social prevista nesse Programa desfaz os
critérios anteriormente negociados e acordados com o BID e pactuados com a
comunidade.
Mais uma vez, impera a visão
preconceituosa e excludente que agora ocupa espaço de decisão do Executivo
Municipal, que entende que os pobres devem ser segregados socialmente, mesmo
depois de várias vezes terem afirmado o contrário.
No documento recebido pela CMPA, na data
de ontem, Carta Consulta Revisada, do mês de abril deste ano de 2007, está
expressamente afirmado que as famílias que necessitam de remoção não mais serão
relocalizadas em áreas próximas, como garantido originalmente, a uma distância
de até um quilômetro em relação às atuais moradias, e sim removidas para áreas
fora da região de origem, como Vila Nova e Restinga.
Os que agora encaminham este Projeto são
os mesmos que contrariaram projetos importantíssimos de inclusão urbana e
social, como, por exemplo, o Projeto Planetário, Entrada da Cidade, Condomínio
João Pessoa, Vila Ipiranga, entre outros, demonstrando novamente preconceito contra
os menos favorecidos, ao mesmo tempo em que beneficiam os interessados da
especulação imobiliária.
De outro lado, os avanços construídos
tecnicamente e com uma ampla discussão com a comunidade também foram desfeitos,
pois os projetos técnicos foram modificados sem discussão e sem satisfação à
comunidade. E, ao que tudo indica, a mudança vem para pior, pois o novo
projeto, se for implementado, demandará maior gasto energético, mais
mão-de-obra, mais custo operacional e de manutenção, projetando uma conta
interminável para o bolso dos porto-alegrenses.
Mais uma vez, os interesses de uma
pequena minoria ligada à especulação imobiliária prevalecem em prejuízo a uma
grande maioria da cidade.
Isto posto, Srs. Vereadores, são as
razões do nosso voto de inconformidade ao projeto ora proposto. Sala de
Sessões, 10 de maio de 2007.
(a) Ver.
Adeli Sell,
Líder da Bancada do PT.”
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1884/05 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 094/05, de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que permite a
colocação de anúncios publicitários em áreas públicas destinadas à prática de
esportes em geral.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela
inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e
Relator Ver. Almerindo Filho pela existência de óbice de natureza jurídica para
a tramitação da Emenda nº 01;
-
da CEFOR. Relator Ver. Professor Garcia: pela
aprovação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relatora Verª Clênia Maranhão: pela
aprovação do Projeto.
Observações:
-
incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 25-04-07;
- prejudicada a tramitação da Emenda nº 01 nos termos do art. 56 do Regimento da CMPA.
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): Em discussão o PLL nº 094/05. (Pausa.) O
Ver. Dr. Goulart está com a palavra para discutir o PLL nº 094/05.
O SR. DR. GOULART: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; este Projeto do Ver. Brasinha é um Projeto que
a gente sempre imaginou, mas nunca apresentou, principalmente nós que fomos
criados na zona urbana mais periférica, onde se pratica esporte, mais futebol
do que outros esportes, pois raramente as meninas praticam vôlei, mais são os
homens que praticam futebol; geralmente são em campinhos com goleiras pequenas,
feitas de sarrafos irregulares, onde metade do campo é gramada e a outra metade
não é. E aqui é a terra do futebol, quantos desses campinhos acabaram por
revelar grandes craques, grandes jogadores de futebol? Então o que nos faz o
Ver. Brasinha? Imaginem que essas zonas, que essas áreas onde se vai praticar o
esporte possam veicular propagandas e assim angariar algum fundo para que essas
pequenas ou grandes canchas sejam, de alguma maneira, cuidadas pelos recursos
angariados, ou pelas trocas de serviço entre quem vai expor a propaganda e o
pessoal que vai fazer o jogo nesses campos de esporte para a nossa meninada.
O Ver. Adeli
Sell faz uma Emenda que é boa também, porque regulamenta que todos esses
cartazes, essas propagandas veiculadas nessa região, estejam dentro do Código
de Posturas de Propaganda da Prefeitura Municipal. Está certo, tem que ser
assim, porque, se tudo estiver certo, se tudo estiver correto, poderemos então
vender espaço para propaganda e usar esses recursos especificamente para o
beneficiamento daquele lugar. Quantos dos nossos jovens da periferia não vão
ter condições de praticar esporte de maneira melhor, de maneira a serem mais
notados e a se divertirem mais e sem perigo? Parabéns, Ver. Brasinha. Muito
obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. ALCEU BRASINHA (Requerimento): Srª Presidenta, solicito que seja feita verificação de quórum.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Solicito a abertura do painel eletrônico para que possamos verificar o
quórum. (Após a apuração nominal.) Há nove Vereadores e Vereadoras presentes,
portanto, não há quórum.
Estão
encerrados os trabalhos.
(Encerra-se a Sessão
às 18h55min.)
* * * * *